É tudo ou nada, é
Vi há minutos a Aurora Cunha admoestar os maldizentes nas críticas aos atletas olímpicos. A Aurora explicou: «eles estão sujeitos a uma grande pressão». A carta da «pressão» vale um duque no naipe dos possíveis argumentos a utilizar para justificar/explicar/desvalorizar/compreender (riscar o que não interessa) a má prestação portuguesa em Pequim. «Pressão»? Pessoalmente, não consigo vislumbrar um evento desta natureza sem uma dose maciça de «pressão». Os Jogos Olímpicos também são isso: um sítio onde os melhores têm que correr, nadar, lançar, saltar, jogar como nunca sonharam conseguir fazer e, para além disso, provar que sabem lidar com a maldita da «pressão». Não há «pressão»? Não são jogos olímpicos. Invocar a «pressão» não passa de cocó de boi (bullshit em inglês). É o mesmo que dizer que as provas são «difíceis». Ou que os adversários são «fortes». Ou que nos jogos há poucas «tentativas» disponíveis. Pois é: é tudo ou nada.
E para arrumar de vez esta questão, gostaria de dizer o seguinte: o maradona só não tem razão naquilo que insinua (aposto que vai falar de probabilidades, imponderáveis, sorte, azar, que já é muito bom estar ali porque ali estão os melhores e um quarto lugar ou um sexto ou um décimo ou um trigésimo entre centenas já é um feito digno do caraças) porque tresleu o que escrevi. O que está em causa na generalidade da prestação portuguesa (e, repito: as generalizações são sempre lixadas) foi o que soçobrou das declarações e do comportamento no terreno e na hora da verdade: a falta de destreza e clareza mental para derrubar as «pressões», a notória falta de método e disciplina nos treinos e na preparação (como é que um atleta pode estar nuns jogos olímpicos e ainda assim queixar-se de ter apenas três tentativas ou de não estar habituado a competir tão cedo pela manhã ou, ainda, de chegar à conclusão que não tem assim muita vocação para este tipo de competições?) e uma dose assinalável de «cagança» e deslumbramento aparvalhado (embora este seja, de longe, o menor dos problemas). O problema é que isto foi regra, não foi excepção. Tirando isto – que é anterior, apriorístico, prévio a qualquer discussão que se debruce sobre a técnica, a estratégia, o vento, a qualidade do tartan, a profundidade da piscina, o fato made in Famalicão, a sorte, a imponderabilidade e por aí fora – fora isto, dizia, estaria na disposição de ser esmagado pela inteligência, pelos conhecimentos e pela memória RAM do cérebro do maradona. Mas, é claro, vou ser na mesma.
PS: escusado será dizer que a história da falta de «apoios» e de «dinheiro», ou a história de só se falar em futebol, também não passa de cocó de boi.
E para arrumar de vez esta questão, gostaria de dizer o seguinte: o maradona só não tem razão naquilo que insinua (aposto que vai falar de probabilidades, imponderáveis, sorte, azar, que já é muito bom estar ali porque ali estão os melhores e um quarto lugar ou um sexto ou um décimo ou um trigésimo entre centenas já é um feito digno do caraças) porque tresleu o que escrevi. O que está em causa na generalidade da prestação portuguesa (e, repito: as generalizações são sempre lixadas) foi o que soçobrou das declarações e do comportamento no terreno e na hora da verdade: a falta de destreza e clareza mental para derrubar as «pressões», a notória falta de método e disciplina nos treinos e na preparação (como é que um atleta pode estar nuns jogos olímpicos e ainda assim queixar-se de ter apenas três tentativas ou de não estar habituado a competir tão cedo pela manhã ou, ainda, de chegar à conclusão que não tem assim muita vocação para este tipo de competições?) e uma dose assinalável de «cagança» e deslumbramento aparvalhado (embora este seja, de longe, o menor dos problemas). O problema é que isto foi regra, não foi excepção. Tirando isto – que é anterior, apriorístico, prévio a qualquer discussão que se debruce sobre a técnica, a estratégia, o vento, a qualidade do tartan, a profundidade da piscina, o fato made in Famalicão, a sorte, a imponderabilidade e por aí fora – fora isto, dizia, estaria na disposição de ser esmagado pela inteligência, pelos conhecimentos e pela memória RAM do cérebro do maradona. Mas, é claro, vou ser na mesma.
PS: escusado será dizer que a história da falta de «apoios» e de «dinheiro», ou a história de só se falar em futebol, também não passa de cocó de boi.
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