Earl Grey, I suppose
Eu adoraria tomar um chá com o Sr. Passos Coelho over political philosophy. Estou certo que o Sr. Passos Coelho leu, a seu tempo, Hayek, von Mises, Strauss, Friedman (o Thomas e o Milton) e, quiçá, Nozick. Ou seja: o cânone contemporâneo do «liberalismo». Estou certo que terá debatido calorosa e apaixonadamente com os seus pares, em universidades de verão ou fóruns organizados pelos jotas, as virtudes do liberalismo sobre o socialismo. Estou certo que, dos três ou quatro ou cinco ou dez candidatos a líderes do PSD, o Sr. Passos Coelho será aquele com quem se atingiria mais rapidamente a bitola da boa e amena cavaqueira em torno de tópicos tão sugestivos como ciência política, modelos de organização social e económica, regimes de protecção social ou o efeito das radiações UV sobre a pele. Acontece que o que está em causa no PSD não é a eleição do mais simpático e cool e eloquente e apresentável dos visionários e teóricos políticos do centro direita. O que está em causa é a eleição de uma figura (velha, nova, gorda, magra, homem ou mulher, gay ou straight) que tenha o instinto, a experiência de facto (a «experiência de» e não a «experiência acerca» como Oakeshott nos ensinou a distinguir) e a exacta noção da perfeita e trágica correlação de forças entre a realidade «real» e a exequibilidade dos ditos «modelos».
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