O papel de um ministério da cultura
Uma notícia da TSF, alargada a «dossiê», dá conta do avançado estado de degradação de imóveis do Estado, classificados pelo IPPAR como “de interesse público”. Um dos exemplos é o de uma igreja em Lisboa (salvo erro em Campolide), resgatada pelo Estado no famoso e agitado ano de 1910 e classificada de “interesse” pelo IPPAR em 1993. Actualmente, semearam-se pelo chão da igreja mais de vinte banheiras e um sem número de baldes, copos e alguidares para, num compasso impassível mas seguro, apanharem as gotas e, nalguns casos, os fios de água que escorrem dos poros e fissuras das paredes e do tecto do dito imóvel. Existem escoras espalhadas um pouco por todo o lado, para evitar que por mero capricho ou indecorosa provocação (política) a estrutura ceda. Curioso é, também, o comportamento do estuque das paredes e do tecto: adquiriu o lúdico hábito de atingir por desprendimento o padre e os fiéis que teimosamente por ali se passeiam ao invés de escolherem (o padre e os fiéis, não o estuque) espaços mais seguros e consonantes com a génese do «novo homem socrático» (centros comerciais sem fumo, por exemplo). Ainda mais curioso, é o comportamento do senhor padre que toma conta da chafarica: há anos que procura reclamar uma intervenção do Estado no sentido de colmatar estas «chatices».
A TSF, num terno rasgo de ingenuidade jornalística, tentou chegar à fala com o Ministro da Cultura. Este, obviamente, remeteu para o Secretário de Estado da Cultura. Este, por sua vez e também previsivelmente, remeteu o caso para o IGESPAR, Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, que resultou da fusão do Instituto Português do Património Arquitectónico IPPAR e do Instituto Português de Arqueologia IPA e da incorporação de parte das atribuições da extinta Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais DGEMN. Estão a ver a coisa, não estão? A TSF vai ter que esperar por uma resposta inexistente ou estupidamente vaga.
É claro que gastar milhões de euros com a colecção do Sr. Joe Berardo, com a exposição do Hermitage ou com as Artes Vivas (cinema, teatro e o jogo do mata) dá mais notoriedade e cala os rebanhos que parasitariamente orbitam em torno do Sr. Ministro e do seu ministério, sedentos da intervenção do Estado e sempre aptos e solícitos a representar a velha e boa doutrina de que cabe ao Estado o papel de «motor cultural» de um povo.
Porreiro, pá. Já agora, é impressão minha ou o Sporting assim não vai lá?
A TSF, num terno rasgo de ingenuidade jornalística, tentou chegar à fala com o Ministro da Cultura. Este, obviamente, remeteu para o Secretário de Estado da Cultura. Este, por sua vez e também previsivelmente, remeteu o caso para o IGESPAR, Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, que resultou da fusão do Instituto Português do Património Arquitectónico IPPAR e do Instituto Português de Arqueologia IPA e da incorporação de parte das atribuições da extinta Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais DGEMN. Estão a ver a coisa, não estão? A TSF vai ter que esperar por uma resposta inexistente ou estupidamente vaga.
É claro que gastar milhões de euros com a colecção do Sr. Joe Berardo, com a exposição do Hermitage ou com as Artes Vivas (cinema, teatro e o jogo do mata) dá mais notoriedade e cala os rebanhos que parasitariamente orbitam em torno do Sr. Ministro e do seu ministério, sedentos da intervenção do Estado e sempre aptos e solícitos a representar a velha e boa doutrina de que cabe ao Estado o papel de «motor cultural» de um povo.
Porreiro, pá. Já agora, é impressão minha ou o Sporting assim não vai lá?
Etiquetas: Paróquia
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