Pelo contrário
Ao contrário do rei de Espanha, eu não quero que Chávez se cale. Chávez tem que falar. Tudo. Chávez revela-se e revela falando. Quando Chávez fala, as águas clarificam-se. Um Chávez desbocado é utilíssimo: por um lado, escancara a céu aberto o seu fanatismo, a sua hipocrisia, a sua cegueira, o seu marxismo revolucionário e autoritário (para quem, obviamente, o quiser ver); por outro, incomoda os que com ele têm estado oficialmente (como Mário Soares), e põe de sobreaviso os que pelo silêncio ou pelo relativismo político têm pactuado com o ditatorzeco venezuelano. É claro que estou a ser ingénuo ou optimista: a maioria dos que convictamente têm estado com ele, insistirão na teimosia de o branquear. Os outros, calar-se-ão ou teimarão no uso alargado dos «mas», não vá o arrependimento ou a mea culpa dar ares de flic-flac seguido de mortal empranchado com queda facial.
Etiquetas: Ditadores, Mundo, Realpolitik
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