O Rui Tavares não sabe debater
Esbarrei ontem com o Rui Tavares e o Pedro Lomba (salvo seja). Debatia-se a CML e a governação do Eng. Carmona. Notória e teatralmente abespinhado, Rui Tavares saiu-se com a clássica “a direita não sabe governar Lisboa”. O Pedro Lomba, coitado, lá disse o que em canal aberto a educação e o pudor lhe permitem dizer, ele que é um cavalheiro. É óbvio que, subliminarmente, um “vai-te f**** com essas afirmações” marcou presença. Há gente que, em televisão, passa mal. O Rui Tavares, por exemplo, tem o péssimo hábito de interromper os seus «adversários». De não deixar falar ninguém. A não ser o próprio, claro. E reparei que só por uma vez os zigomáticos, o prócero e o depressor do supercílio se avantajaram no sentido de colocar naquela cara grave aquilo a que comummente se chama de “sorriso”. Há por aí um outro indivíduo de esquerda, de que não me lembro agora o nome, que tem por hábito o mesmíssimo comportamento. “A esquerda não sabe debater”? Estas declarações definitivas e espectaculares valem o que valem. Nada. Rui Tavares esquece que, de há vinte anos a esta parte, a esquerda governou Lisboa durante treze anos (mais coisa, menos coisa). A direita está lá há cinco (mais coisa, menos coisa). Se o critério é o das convulsões políticas, das derrapagens financeiras e das indignações colectivas, devo anunciar que durante treze anos, Lisboa assistiu a um pouco de tudo. E durante mais tempo. Sai mais uma declaração definitiva e espectacular para a mesa do canto? Tome nota, Rui: "a direita e a esquerda não sabem governar Lisboa". Ou será que, à escala local, deveríamos estar a falar de pessoas e a deixarmo-nos de prateleirinhas ideológicas?
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