Exército israelita reitera que desconhecia presença de civis em Qana03.08.2006 - 08h50 AFP, Reuters
Um relatório israelita sobre o bombardeamento de domingo sobre a cidade do sul do Líbano de Qana, em Qana, vinca hoje que o Exército israelita desconhecia a existência de civis no sector atingido e acusa o Hezbollah de usar escudos humanos.
O "Tsahal operou em função de informações segundo as quais o edifício não era habitado por civis, sendo utilizado como esconderijo por terroristas", afirmou o relatório transmitido ao ministro da Defesa, Amir Peretz, e do qual um resumo foi hoje divulgado.
"Se tivéssemos informações indicando que os civis se encontravam no edifício, o ataque não teria lugar", sublinha o texto.
O relatório sublinha que os habitantes da localidade foram advertidos para a iminência do ataque pela força aérea israelita, que os aconselhou a abandonar as suas casas.
O relatório indica igualmente que dois mísseis foram disparados pela aviação israelita, o primeiro explodiu e o segundo não funcionou.
O bombardeamento de Qana originou fortes críticas internacionais contra a acção militar de Israel e terá morto 52 civis libaneses, entre os quais 30 crianças. Contudo, uma investigação da organização humanitária independente indica que o número de mortos parece ser mais baixo do que o inicialmente apurado. A ONG indica que haverá sim 28 mortos e 13 desaparecidos.
Mas o tenente-general israelita Dan Halutz, responsável das forças armadas, frisou que "a organização Hezbollah coloca civis libaneses como um escudo de defesa entre si mesma e nós, enquanto o Exército se coloca como escudo de defesa entre os cidadãos de Israel e o terror do Hezbollah". "Essa é a principal diferença entre nós".
O documento revela ainda que desde o início do conflito, a 12 de Julho, mais de 150 "rockets" foram disparados pelo Hezbollah desde Qana e dos seus arredores rumo ao norte de Israel.
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Público