«Mecanismo automático», diz ele…
O Sr. Timóteo decidiu chamar-me um nome feio. Eis a declaração:
Ninguém explicou a este iluminado e sensível ser (amigo dos pobrezinhos e adepto dos imperativos morais, ao contrário de moi même) que:
a) o mecanismo está longe de ser «automático». Se fosse «automático» não haveria países em estagnação ou regressão económica, nem regiões inteiras há décadas paradas no tempo;
b) um crescimento de 5% em 50 anos é diferente de um crescimento de 20%;
c) o que caracteriza especificamente a espécie humana não é só a «dignidade humana». É, também, a inteligência, a cobiça, a moral, a mediocridade, o altruísmo, a inveja, e por aí fora;
d) não há ricos por haver pobres, nem ricos necessariamente à custa de pobres;
e) Na generalidade dos países do «primeiro mundo» e dos países em vias de desenvolvimento – os tais adeptos do capitalismo, dos estados de direito, da democracia, etc. - as estatísticas revelam que, tendencialmente, os ricos partilham uma cada vez menor fatia da totalidade dos rendimentos de cada país e que o rendimento dos menos favorecidos cresceu a um ritmo maior que a média. Mais: ao contrário do que muitos apregoam, o denominado «successful capitalism» (ou seja, o crescimento acelerado que os baixos impostos proporcionam) tem contribuído para uma redistribuição da riqueza e dos rendimentos, permitindo a subida generalizada dos níveis de vida.
f) Globalmente, no decurso do sec. XX, mais do que duplicámos a esperança média de vida. A proporção de gente com fome caiu extraordinariamente, de 35% para 18%, prevendo-se que em 2010 atingirá os 12%. Em suma, o capitalismo é, até à data, o melhor sistema na prossecução de um sem número de objectivos inalienáveis ao ser humano e às sociedades, como é o caso da criação de riqueza e da sua posterior aplicação e redistribuição. É bom não esquecer que para se (re)distribuir tem que se gerar riqueza e que esta não nasce da (re)distribuição. Ou seja, nem só de (re)distribuição vive o mundo.
Somos, por isso, globalmente, “donos” de mais saúde, segurança, educação, rendimento. O contributo do sistema capitalista, aliado à livre iniciativa e ao rule of law, só pode ser desvalorizado ou, pior ainda, combatido por idiotas chapados. Apelidar esta civilização e este modelo de disfuncional é totalmente imoral.
Convinha explicar ao Sr. Timóteo que reconhecer tudo isto não implica ou resulta no menosprezo ou no esquecimento dos pobres e desfavorecidos. Há ainda, infelizmente, 800 milhões de seres humanos com fome e estima-se em 1,2 biliões o número de pobres. Apesar destes números serem hoje menores do que há cinquenta anos atrás e, em percentagem da população total, se terem reduzido drasticamente, são ainda números sombrios a que ninguém pode ficar indiferente. Reconhecer as duas realidades não é, contudo, contradição.
Finalmente, convinha explicar a este senhor que é feio retirar frases do contexto e ler o que não está escrito. Mas estou em crer que, com o tempo, o Sr. Timóteo melhorará. Trata-se, também, de uma «constante tendencial».
“Ninguém explicou a este génio da arrogância [eu, Macguffin] que o crescimento económico, isto é, uma cada vez maior quantidade e qualidade de recursos à disposição do homem, é, tendencialmente, uma constante da história da humanidade, e que o que caracteriza específicamente a espécie humana é a dignidade humana, o valor nos termos do qual todos os homens são iguais e irmãos, e a vontade de realizar (ou não) este imperativo moral. Se este génio pensasse um pouco, facilmente compreenderia que, sendo o crescimento económico, isto é a crescente disponibilidade de recursos, uma constante tendencial, isto significa que se trata de uma mecanismo automático inerente à existência do homem em sociedade (…)”.
Ninguém explicou a este iluminado e sensível ser (amigo dos pobrezinhos e adepto dos imperativos morais, ao contrário de moi même) que:
a) o mecanismo está longe de ser «automático». Se fosse «automático» não haveria países em estagnação ou regressão económica, nem regiões inteiras há décadas paradas no tempo;
b) um crescimento de 5% em 50 anos é diferente de um crescimento de 20%;
c) o que caracteriza especificamente a espécie humana não é só a «dignidade humana». É, também, a inteligência, a cobiça, a moral, a mediocridade, o altruísmo, a inveja, e por aí fora;
d) não há ricos por haver pobres, nem ricos necessariamente à custa de pobres;
e) Na generalidade dos países do «primeiro mundo» e dos países em vias de desenvolvimento – os tais adeptos do capitalismo, dos estados de direito, da democracia, etc. - as estatísticas revelam que, tendencialmente, os ricos partilham uma cada vez menor fatia da totalidade dos rendimentos de cada país e que o rendimento dos menos favorecidos cresceu a um ritmo maior que a média. Mais: ao contrário do que muitos apregoam, o denominado «successful capitalism» (ou seja, o crescimento acelerado que os baixos impostos proporcionam) tem contribuído para uma redistribuição da riqueza e dos rendimentos, permitindo a subida generalizada dos níveis de vida.
f) Globalmente, no decurso do sec. XX, mais do que duplicámos a esperança média de vida. A proporção de gente com fome caiu extraordinariamente, de 35% para 18%, prevendo-se que em 2010 atingirá os 12%. Em suma, o capitalismo é, até à data, o melhor sistema na prossecução de um sem número de objectivos inalienáveis ao ser humano e às sociedades, como é o caso da criação de riqueza e da sua posterior aplicação e redistribuição. É bom não esquecer que para se (re)distribuir tem que se gerar riqueza e que esta não nasce da (re)distribuição. Ou seja, nem só de (re)distribuição vive o mundo.
Somos, por isso, globalmente, “donos” de mais saúde, segurança, educação, rendimento. O contributo do sistema capitalista, aliado à livre iniciativa e ao rule of law, só pode ser desvalorizado ou, pior ainda, combatido por idiotas chapados. Apelidar esta civilização e este modelo de disfuncional é totalmente imoral.
Convinha explicar ao Sr. Timóteo que reconhecer tudo isto não implica ou resulta no menosprezo ou no esquecimento dos pobres e desfavorecidos. Há ainda, infelizmente, 800 milhões de seres humanos com fome e estima-se em 1,2 biliões o número de pobres. Apesar destes números serem hoje menores do que há cinquenta anos atrás e, em percentagem da população total, se terem reduzido drasticamente, são ainda números sombrios a que ninguém pode ficar indiferente. Reconhecer as duas realidades não é, contudo, contradição.
Finalmente, convinha explicar a este senhor que é feio retirar frases do contexto e ler o que não está escrito. Mas estou em crer que, com o tempo, o Sr. Timóteo melhorará. Trata-se, também, de uma «constante tendencial».
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