Nada de novo, no reino da Dinamarca
Ainda vou a tempo de comentar as medidas de Sócrates?
Não esperava muito de Sócrates nem dos seus ministros - os tais que, como nos explicou o senador Freitas, pelo seu carisma e gabarito provocam destempero intestinal por via da cobiça e da inveja. Mas esperava, como aqui escrevi, um mínimo de inteligência política face à inevitabilidade de solucionar os problemas estruturais do país. Confesso, agora, que fiquei atónito face a tamanha vacuidade, senilidade e falta de coragem política. As «medidas» de Sócrates revelaram um homem «velho», preso a paradigmas «velhos» e a uma retórica estafada. Algumas medidas positivas (elementares, como as referentes à reforma dos funcionários públicos e à progressão automática, mas inócuas a curto prazo) foram relegadas para segundo plano pela mega-incapacidade de não (querer?) atacar o cerne do problema. Sócrates pegou na cartilha e na fatiota socialistas e anunciou mais ou menos isto:
1) Não melindrar a Despesa Pública, mais concretamente o Consumo Público. O modelo actual é para manter. Qualquer esforço reformista para esquecer. São muitas as bocas e sub-bocas que se alimentam das excreções e secreções do «monstro». Let Sleeping Dogs Lie;
2) Alimentar, e aumentar, se possível, o Estado Social, pelo menos tal como o conhecemos há mais de vinte anos, agravando, para o efeito, os impostos da praxe (os quais, supostamente, deveriam ajudar a diminuir o défice, mas que, à falta das verdadeiras reformas, mais tarde ou mais cedo serão sugados pelo já referido «monstro»);
3) Afrontar emblemática e heroicamente os «ricos» - os tais do gel e do BMW, que se passeiam por aí sem fazer nada – por via de um mecanismo meio pidesco e totalmente inconsequente (publicitação dos rendimentos da malta), e, claro está, pela criação de um novo escalão de IRS a que belamente se poderia chamar “Os ricos? Eu já os lixo!”
E pouco, muito pouco mais. Vai tudo ficar na mesma? No essencial sim. Mas há coisas que vão mudar. Estas medidas vão ajudar a estagnar ainda mais o crescimento económico, a promover a economia paralela e a prejudicar fortemente a competitividade da economia portuguesa, sufocada que está por uma burocracia atroz, legislação anacrónica e uma carga fiscal que «só» nos põe a milhas dos mercados mais próximos, que são quase todos por via da globalização. Lembremo-nos que a gasolina e o gasóleo em Espanha são estupidamente mais baratos e que a taxa máxima de IVA é de 16%. Lembremo-nos dos «novos» países da UE: dinâmicos, com vontade de trabalhar e de arriscar, sem medos ou pruridos ideológicos.
Em boa verdade, boa parte das medidas de Sócrates fazem cumprir o seu designio ideológico, apoiado no senso comum do povo: 1) os ricos, os empresários e os investidores (em geral e os da «bolsa», em particular), não passam de vigaristas mais ou menos encartados que só têm de pagar a crise; 2) o Estado – entidade racionalista, justa e solidária, empregador preferencial e paizinho de todos nós - irá garantir a boa da vidinha e o bom do futuro.
Nada de novo, portanto. As velhas e fáceis soluções para os velhos e mais complicados problemas. Deste governo pode esperar-se tudo. Tudo menos um rasgo de inovação, criatividade e coragem política.
Não esperava muito de Sócrates nem dos seus ministros - os tais que, como nos explicou o senador Freitas, pelo seu carisma e gabarito provocam destempero intestinal por via da cobiça e da inveja. Mas esperava, como aqui escrevi, um mínimo de inteligência política face à inevitabilidade de solucionar os problemas estruturais do país. Confesso, agora, que fiquei atónito face a tamanha vacuidade, senilidade e falta de coragem política. As «medidas» de Sócrates revelaram um homem «velho», preso a paradigmas «velhos» e a uma retórica estafada. Algumas medidas positivas (elementares, como as referentes à reforma dos funcionários públicos e à progressão automática, mas inócuas a curto prazo) foram relegadas para segundo plano pela mega-incapacidade de não (querer?) atacar o cerne do problema. Sócrates pegou na cartilha e na fatiota socialistas e anunciou mais ou menos isto:
1) Não melindrar a Despesa Pública, mais concretamente o Consumo Público. O modelo actual é para manter. Qualquer esforço reformista para esquecer. São muitas as bocas e sub-bocas que se alimentam das excreções e secreções do «monstro». Let Sleeping Dogs Lie;
2) Alimentar, e aumentar, se possível, o Estado Social, pelo menos tal como o conhecemos há mais de vinte anos, agravando, para o efeito, os impostos da praxe (os quais, supostamente, deveriam ajudar a diminuir o défice, mas que, à falta das verdadeiras reformas, mais tarde ou mais cedo serão sugados pelo já referido «monstro»);
3) Afrontar emblemática e heroicamente os «ricos» - os tais do gel e do BMW, que se passeiam por aí sem fazer nada – por via de um mecanismo meio pidesco e totalmente inconsequente (publicitação dos rendimentos da malta), e, claro está, pela criação de um novo escalão de IRS a que belamente se poderia chamar “Os ricos? Eu já os lixo!”
E pouco, muito pouco mais. Vai tudo ficar na mesma? No essencial sim. Mas há coisas que vão mudar. Estas medidas vão ajudar a estagnar ainda mais o crescimento económico, a promover a economia paralela e a prejudicar fortemente a competitividade da economia portuguesa, sufocada que está por uma burocracia atroz, legislação anacrónica e uma carga fiscal que «só» nos põe a milhas dos mercados mais próximos, que são quase todos por via da globalização. Lembremo-nos que a gasolina e o gasóleo em Espanha são estupidamente mais baratos e que a taxa máxima de IVA é de 16%. Lembremo-nos dos «novos» países da UE: dinâmicos, com vontade de trabalhar e de arriscar, sem medos ou pruridos ideológicos.
Em boa verdade, boa parte das medidas de Sócrates fazem cumprir o seu designio ideológico, apoiado no senso comum do povo: 1) os ricos, os empresários e os investidores (em geral e os da «bolsa», em particular), não passam de vigaristas mais ou menos encartados que só têm de pagar a crise; 2) o Estado – entidade racionalista, justa e solidária, empregador preferencial e paizinho de todos nós - irá garantir a boa da vidinha e o bom do futuro.
Nada de novo, portanto. As velhas e fáceis soluções para os velhos e mais complicados problemas. Deste governo pode esperar-se tudo. Tudo menos um rasgo de inovação, criatividade e coragem política.
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