Custe o que custar, a luta continua!
O Sindicato dos Metalúrgicos convocou uma greve para hoje, dia 27, na fábrica da General Motors Portugal, em Azambuja.
Convém referir o seguinte:
a) o facto de ontem ter sido feriado e de amanhã ser sábado é, obviamente, pura coincidência. Nós sabemos como este país está a salvo de chico-espertos e como o povo abomina pontes;
b) A greve foi marcada depois de uma prolongada fase de negociações com vista à assinatura de um acordo social, durante a qual a Comissão de Trabalhadores da GM Portugal entendeu não aceitar a proposta da Gerência de aumento salarial directamente indexado à inflação (retroactivamente ajustado no final do ano caso a inflação seja superior à prevista), associado ao aumento no âmbito do programa de benefícios, e a criação de um prémio de 250 euros relativo à introdução do acordo de flexibilidade;
c) A GM Portugal é a única fábrica da GM na Europa que ainda não assinou um acordo social, numa altura em que todas as outras operações conseguiram ganhos importantes em competitividade ao implementarem medidas-chave que levam em linha de conta o momento difícil que a GM Europe atravessa actualmente.
Relembro o que aqui escrevi em Março:
“Enquanto decorre o braço de ferro entre o Sr. Vicente e a administração da Opel-Azambuja (que está fartinha de avisar que o contrato com a GM Europa termina em 2008 sem quaisquer garantias quanto ao futuro), o mundo teima em existir. A Peugeot, a Citröen e a Toyota estão esta semana a inaugurar fábricas na República Checa. O grupo PSA já assentou arraiais na Eslováquia, à imagem da Kia (agora do grupo Hyundai). A Suzuki está a investir na Hungria. O projecto Logan, da Renault (desenvolvido pela subsidiária Dacia) está de vento em popa na Roménia. Feitas as contas, cerca de 24 fábricas de montagem automóvel estão agora implantadas na Europa de Leste e na Europa Central - o que, segundo pesquisa levada a cabo pela J.D. Power-LMC, significa um aumento da produção automóvel no leste europeu de cerca de 24% em cinco anos. Provavelmente, o Sr. Vicente sabe tudo isto. Mas é também provável que, perante isto, o Sr. Vicente e os seus companheiros digam, com muita razão, aliás, que o leste europeu “não nos diz respeito”, que “não se podem misturar alhos com bugalhos” e que “não podemos baixar as calças por causa desses gajos do leste”. Claro que sim. Em 2008 a gente conversa.”
E assim acontece. Entre outras figuras, o país continua entregue a sindicalistazecos de meia-tigela, desprovidos de qualquer bom senso e visão de fundo, empenhados, sobretudo, no seu protagonismo e na bravata heróica de um discurso anacrónico, demagógico e irrealista, repleto de invectivas contra o «patronato» e o «capital». Este sindicalistas estão-se nas tintas para o que os rodeia. Para o facto, por exemplo, de Portugal estar inserido, para o bem e para o mal, numa Europa que exige, cada vez mais, competitividade e flexibilidade, mesmo dentro do espírito de «coesão social» que impera na retórica propalada nos corredores de Bruxelas e Estrasburgo.
Aos sindicalistas também se deveria exigir seriedade e responsabilidade. Uma concertação exige compromissos possíveis, que incluem cedências de parte a parte e uma boa dose de bom senso a presidir à cerimónia. Na actual conjuntura socio-económica, as condições propostas – e já negociadas – pela administração da GM Portugal são razoabilíssimas. O que falta a estes «sindicalistas», que arranjam sempre maneira de apanhar uns tachos aqui e acolá, são algumas noções básicas de quase tudo: o que significa gerir uma multinacional num mercado de risco e extremamente competitivo (e que certamente os levaria a observar a relação empregador/empregado como uma relação de equipa e não de forças); o valor do emprego; o preço da perda de um posto de trabalho.
É pena. Como disse, em 2008 a gente conversa.
Convém referir o seguinte:
a) o facto de ontem ter sido feriado e de amanhã ser sábado é, obviamente, pura coincidência. Nós sabemos como este país está a salvo de chico-espertos e como o povo abomina pontes;
b) A greve foi marcada depois de uma prolongada fase de negociações com vista à assinatura de um acordo social, durante a qual a Comissão de Trabalhadores da GM Portugal entendeu não aceitar a proposta da Gerência de aumento salarial directamente indexado à inflação (retroactivamente ajustado no final do ano caso a inflação seja superior à prevista), associado ao aumento no âmbito do programa de benefícios, e a criação de um prémio de 250 euros relativo à introdução do acordo de flexibilidade;
c) A GM Portugal é a única fábrica da GM na Europa que ainda não assinou um acordo social, numa altura em que todas as outras operações conseguiram ganhos importantes em competitividade ao implementarem medidas-chave que levam em linha de conta o momento difícil que a GM Europe atravessa actualmente.
Relembro o que aqui escrevi em Março:
“Enquanto decorre o braço de ferro entre o Sr. Vicente e a administração da Opel-Azambuja (que está fartinha de avisar que o contrato com a GM Europa termina em 2008 sem quaisquer garantias quanto ao futuro), o mundo teima em existir. A Peugeot, a Citröen e a Toyota estão esta semana a inaugurar fábricas na República Checa. O grupo PSA já assentou arraiais na Eslováquia, à imagem da Kia (agora do grupo Hyundai). A Suzuki está a investir na Hungria. O projecto Logan, da Renault (desenvolvido pela subsidiária Dacia) está de vento em popa na Roménia. Feitas as contas, cerca de 24 fábricas de montagem automóvel estão agora implantadas na Europa de Leste e na Europa Central - o que, segundo pesquisa levada a cabo pela J.D. Power-LMC, significa um aumento da produção automóvel no leste europeu de cerca de 24% em cinco anos. Provavelmente, o Sr. Vicente sabe tudo isto. Mas é também provável que, perante isto, o Sr. Vicente e os seus companheiros digam, com muita razão, aliás, que o leste europeu “não nos diz respeito”, que “não se podem misturar alhos com bugalhos” e que “não podemos baixar as calças por causa desses gajos do leste”. Claro que sim. Em 2008 a gente conversa.”
E assim acontece. Entre outras figuras, o país continua entregue a sindicalistazecos de meia-tigela, desprovidos de qualquer bom senso e visão de fundo, empenhados, sobretudo, no seu protagonismo e na bravata heróica de um discurso anacrónico, demagógico e irrealista, repleto de invectivas contra o «patronato» e o «capital». Este sindicalistas estão-se nas tintas para o que os rodeia. Para o facto, por exemplo, de Portugal estar inserido, para o bem e para o mal, numa Europa que exige, cada vez mais, competitividade e flexibilidade, mesmo dentro do espírito de «coesão social» que impera na retórica propalada nos corredores de Bruxelas e Estrasburgo.
Aos sindicalistas também se deveria exigir seriedade e responsabilidade. Uma concertação exige compromissos possíveis, que incluem cedências de parte a parte e uma boa dose de bom senso a presidir à cerimónia. Na actual conjuntura socio-económica, as condições propostas – e já negociadas – pela administração da GM Portugal são razoabilíssimas. O que falta a estes «sindicalistas», que arranjam sempre maneira de apanhar uns tachos aqui e acolá, são algumas noções básicas de quase tudo: o que significa gerir uma multinacional num mercado de risco e extremamente competitivo (e que certamente os levaria a observar a relação empregador/empregado como uma relação de equipa e não de forças); o valor do emprego; o preço da perda de um posto de trabalho.
É pena. Como disse, em 2008 a gente conversa.
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