Mistério
Há um livro que tenho procurado incessantemente, mas sem qualquer resultado prático. Quando falo na editora (Hugin) a maior parte dos livreiros torce o nariz. Parece que não é «muito conhecida». Que foge aos circuitos e critérios «comerciais». Quando me refiro ao título (“O Acidental – O blog de que a direita gosta”) ou ao co-autor (Paulo Pinto Mascarenhas), a estranheza apodera-se dos meus interlocutores. Franzem a testa, torcem o sobrolho, abandonam o olhar ao vazio, abrem uma boca muda e outra hesitante, próprias de quem não sabe o que dizer ou como dizê-lo. Passada a angustia da indefinição, confessam: a) nunca o viram; b) nunca ouviram falar de. Já palmilhei as Fnacs, a Bertrand do Chiado, as livrarias de Évora, as feiras do livro (Évora e Lisboa) e, até à data, nada. Rien. Nicles. Mistério absoluto. Não fosse este lugar, diria mesmo que o livro nunca existiu. Já o do Barnabé é mato. Sub-género: «papo-seco». Soltando o homem da conspiração que habita no meu excelso e fulgurante corpo, arrisco dizer que os distribuidores e os livreiros não passam de controleiros de esquerda que se recusam a dormir em serviço. A causa não foi modificada. A luta trava-se, sobretudo, e como de costume, a um nível terreno, comercial, mundano. Eu, se fosse o Paulo, já tinha pegado no Zézinho Sá Fernandes e processado os gajos.
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