O povo é quem mais ordenha
Da ordenha resultou que o país virou à esquerda. No caso do PS, mais por reacção do que propriamente por convicção. O centro virou à esquerda não só por Sócrates lhe ter declarado o seu amor (fazendo passar uma imagem de homem de esquerda tolerante, comedido e «moderno», com ténues laivos de socialismo), mas sobretudo por reacção à nódoa ‘PSL’. Passada que está a campanha e a noite eleitoral, é bom que nos entendamos: Sócrates é um vazio (o seu discurso de vitória ficará na história como um dos piores de sempre) e uma incógnita (ninguém, até à data, sabe o que vai sair dali). Mas o povo sempre preferiu o vazio e a incerteza - embriagado na monocórdica e repetitiva ladainha da «esperança» e da «confiança» – a ter de perpetuar no poder os que, de trapalhada em trapalhada, ficaram colados aos terríveis tempos de «crise». Como responsáveis ou impotentes. Com uma «massa» insatisfeita - que assistiu ao fim de certos privilégios e benefícios e escutava já os ecos de uma eventual cura de emagrecimento do Estadão - não se brinca.
À direita, Santana Lopes foi claramente castigado. Mas o castigo de nada, ou pouco, lhe serviu. O facto de Santana Lopes não ter tido a lucidez, a humildade e o bom senso de apresentar a sua demissão sem mais delongas, não augura nada de bom. Vêm aí tempos de convulsão no PSD e é bom, desejável e necessário que os que, no passado recente, a coberto da sombra ou à luz do dia, criticaram Santana Lopes, se apresentem agora ao serviço (e não, não me refiro a Marques Mendes). É mais do que provável que Santana Lopes pretenda, com o congresso extraordinário, agarrar-se ainda à liderança (ensaiando o já conhecido número do Calimero) e, en passant, lavar roupa suja. E que suja que está a roupa.
O Bloco de Esquerda, como era de esperar, mais do que duplicou a votação. A explicação é simples e não há que perder tempo com explicações ontológicas. Ao velho ditado “em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão” é só acrescentar uma constatação que começa a ser recorrente nas sociedades ocidentais: a demagogia e o mais reles moralismo, em tempos de cólera e de agitação, colhem sempre dividendos. Nesse sentido, há que tirar o chapéu a Louçã: para além de «passar» bem na televisão, o líder do Bloco foi um exímio batedor dos que, não se revendo num «sistema» que alberga o temível establishment de «chupistas» interesseiros que se deixam corromper e maniatar pelo «grande capital», provavelmente ficariam em casa.
No CDS, Portas anunciou que vai para casa. A diferença entre o discurso dos dois derrotados (Santana e Portas) espelha bem a diferença abissal de carácter entre estes dois «animais» políticos. Portas soube sair com total dignidade. Santana não. Wishful thinking: pode ser que regresse ao jornalismo...
Por último, uma palavra para o «simpático» Jerónimo de Sousa que, sem saber muito bem como, conseguiu inverter a tendência negativa do Partido Comunista. Os portugueses sempre apreciaram a presença de «um dos nossos» nestas andanças. De resto, pode sempre concluir-se que, por vezes, ou quase sempre, mais vale ficar calado.
PS: Querida Isabel Goulão: esperemos que não seja como uma nódoa de ameixa.
À direita, Santana Lopes foi claramente castigado. Mas o castigo de nada, ou pouco, lhe serviu. O facto de Santana Lopes não ter tido a lucidez, a humildade e o bom senso de apresentar a sua demissão sem mais delongas, não augura nada de bom. Vêm aí tempos de convulsão no PSD e é bom, desejável e necessário que os que, no passado recente, a coberto da sombra ou à luz do dia, criticaram Santana Lopes, se apresentem agora ao serviço (e não, não me refiro a Marques Mendes). É mais do que provável que Santana Lopes pretenda, com o congresso extraordinário, agarrar-se ainda à liderança (ensaiando o já conhecido número do Calimero) e, en passant, lavar roupa suja. E que suja que está a roupa.
O Bloco de Esquerda, como era de esperar, mais do que duplicou a votação. A explicação é simples e não há que perder tempo com explicações ontológicas. Ao velho ditado “em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão” é só acrescentar uma constatação que começa a ser recorrente nas sociedades ocidentais: a demagogia e o mais reles moralismo, em tempos de cólera e de agitação, colhem sempre dividendos. Nesse sentido, há que tirar o chapéu a Louçã: para além de «passar» bem na televisão, o líder do Bloco foi um exímio batedor dos que, não se revendo num «sistema» que alberga o temível establishment de «chupistas» interesseiros que se deixam corromper e maniatar pelo «grande capital», provavelmente ficariam em casa.
No CDS, Portas anunciou que vai para casa. A diferença entre o discurso dos dois derrotados (Santana e Portas) espelha bem a diferença abissal de carácter entre estes dois «animais» políticos. Portas soube sair com total dignidade. Santana não. Wishful thinking: pode ser que regresse ao jornalismo...
Por último, uma palavra para o «simpático» Jerónimo de Sousa que, sem saber muito bem como, conseguiu inverter a tendência negativa do Partido Comunista. Os portugueses sempre apreciaram a presença de «um dos nossos» nestas andanças. De resto, pode sempre concluir-se que, por vezes, ou quase sempre, mais vale ficar calado.
PS: Querida Isabel Goulão: esperemos que não seja como uma nódoa de ameixa.
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