O MacGuffin

quarta-feira, setembro 01, 2004

EM POLVOROSA
Jorge Palinhos, num post animado pela suposta constatação de que os EUA estão a perder terreno face à Europa (uba, uba), termina com uma emblemática frase: ”Aguardam-se as refutações indignadas dos liberais.”

Por que carga de água se hão-de indignar os "liberais"? O modelo liberal, em ambos os lados do atlântico, e apesar das diferenças, está vivo e recomenda-se. Razões para “se indignar”, ou melhor, para “se lamentar”, terão os críticos do liberalismo e da globalização. Os EUA e a Europa são a prova provada de que o capitalismo e o liberalismo resultam.

Pondo de parte as dúvidas e reservas que certas conclusões de Rifkin suscitam (a questão da educação, do avanço tecnológico, os critérios de medição da produtividade, etc.), a mais objectiva das críticas que se pode e deve endereçar a estas tentativas sumárias, estáticas e simplistas de comparar blocos de países aos EUA (como se Portugal fosse comparável à Suécia, Grécia à Inglaterra, França à Albânia), prende-se com o facto destas comparações serem totalmente cegas relativamente à história dos factos económicos, aos movimentos sociais, à geografia e aos fenómenos e recursos naturais, etc. De onde vieram os EUA e a Europa? Que posição detinham no início do Sec. XX? O que seria hoje a Europa caso tivesse sido atingida pelas vagas de imigração a que foram sujeitos os EUA (e ainda são), ou das tensões raciais que afectaram a sociedade norte-americana, durante o Sec. XIX e o Sec. XX? E por aí fora. Não se trata de "refutar indignadamente" a obra de Rifkin. Trata-se, apenas, de aconselhar alguma prudência em matéria de conclusões e masturbações.

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