O MacGuffin

quarta-feira, setembro 01, 2004

CORREIO (2)
”(…)Ainda sobre o atentado em Israel, ouvi hoje de manhã uma peça da SICNotícias sobre o assunto em que a locutora afirmou, pelo menos por três vezes, que o atentado "acabou com a trégua" existente. Acho este um exemplo escandaloso de parcialidade deliberada e de propaganda nojenta, muito mais grave do que a dicotomia "morreram / matou" que costuma estar associada às notícias sobre as acções terroristas e as acções do exército israelita. Aqui temos uma mentira deliberada, de uma jornalista que está informada dos factos, repetida várias vezes, e que tenta fazer passar para as pessoas a ideia que existiria uma qualquer trégua por parte dos terroristas, quando o que existiu, durante vários meses, foi a incapacidade desses mesmos terroristas em atacarem Israel. Aliás isso é ainda mais evidente quando a justificação dos próprios terroristas para os atentados, igualmente referida na peça, é a morte de Yassin e de al Rantissi pelo exército israelita, há já alguns meses. Claro está que essa incapacidade resulta, em larga escala, das acções de Israel como sejam a busca e morte sistemática dos cabeçilhas dos grupos terroristas, as acções de destruição de fábricas metalúrgicas, as acções de detecção e selagem de túneis de contrabando de armamento, o maior controlo sobre as fronteiras ou a construção do muro de separação.
Só isto explica que os famosos "banhos de sangue" que os terroristas anunciram depois da morte de Yassin e depois da morte de al Rantissi não tenham de facto acontecido. Mas isso é irrelevante para a jornalista da SICNotícias, ou para o Público, ou para JMF, ou para toda essa fauna bem pensante que nos ilumina com os seus brilhantes raciocínios, sem sequer terem o pudor de observar um momento de nojo (no duplo sentido) pelo resultado do apoio à causa palestiniana.”

Paulo Xardoné

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