O MacGuffin

sexta-feira, agosto 06, 2004

DEPENDE
(actualizado)
Andam para aí a falar da importância das letras na música dita pop. O Elefante tocou no assunto (by the way, excelente blogue) e há um outro qualquer, cujo nome e blogue me escapam (guerra é guerra), que afirma, desde que o conheço, que as letras dizem-lhe tanto como o ADSL diz à tribo de pigmeus da região do Ituri, no nordeste do Congo.

Se me é permitido, e pondo de parte o facto de haver quem não esteja familiarizado com a língua estrangeira, a questão só tem uma resposta satisfatória: depende. Exemplos onde a letra (ou, em inglês, lyrics) é indissociável da música: The Smiths/Morrissey, Leonard Cohen, The White Sripes, Divine Comedy, Lloyd Cole, Stephen Merritt (Magnetic Fields, etc.). Exemplos em que a letra pouco ou nada interessa, ou porque a sonoridade e o estilo são tudo, ou porque as letras são quase sempre imperceptíveis: Strokes, Tindersticks, Pavement, Red House Painters, Howe Gelb, Radiohead, Pixies. Salvo melhor opinião, claro.

PS: Há, ainda, aqueles grupos cuja letra interessa mesmo ignorar ou esquecer. Estou a lembrar-me, por exemplo, de um grupo português chamado Toranja: apesar de algumas canções conseguidas (acabei, há minutos, de ouvir uma), as letras atiram-se vertiginosamente para a patetice.

PPS: Jorge Mourinha (um dos poucos críticos musicais obrigatórios da nossa paróquia) enviou-me uma pequena missiva. Arrisco publicar um excerto: "Lloyd Cole é um deus. As suas letras são magníficas e instantâneos da minha própria vida. O resto não tem importância."

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