MUDANÇA
Mudo de casa (à semelhança do Luis). Dizem-me que “para melhor, muda-se sempre”. Mas mudar (latu sensu) continua a ser algo que me incomoda. Há, na mudança, uma sensação de perda que me deixa confuso, meio perdido. Deixo a casa onde vivi nos últimos dez anos. Foi lá que vi crescer a minha filha. Foi lá que convivi com os meus amigos. Foi lá que amei e discuti. Foi lá que passei gripes e resfriados. Foi lá que me divorciei. Foi lá que fui feliz e, por vezes, infeliz. Há, inevitavelmente, uma perda a que não consigo ficar indiferente. Há laços que se quebram, gestos que deixam de fazer sentido. Há cheiros, ruídos, rotinas, caras e trilhos que, em breve, ficarão para trás. Ecos de risos e choros que não me acompanharão. Carrego roupa, livros, móveis, vasos, louça, quadros, fotografias, tapetes, candeeiros, discos, electrodomésticos e, contudo, o essencial fica lá: agarrado àquelas paredes, pairando no vazio dos espaços, no silêncio dos cantos. É verdade: carrego muita coisa para a nova casa e, ao mesmo tempo, parece que me descarto de uma parte da minha existência.
Mudo de casa (à semelhança do Luis). Dizem-me que “para melhor, muda-se sempre”. Mas mudar (latu sensu) continua a ser algo que me incomoda. Há, na mudança, uma sensação de perda que me deixa confuso, meio perdido. Deixo a casa onde vivi nos últimos dez anos. Foi lá que vi crescer a minha filha. Foi lá que convivi com os meus amigos. Foi lá que amei e discuti. Foi lá que passei gripes e resfriados. Foi lá que me divorciei. Foi lá que fui feliz e, por vezes, infeliz. Há, inevitavelmente, uma perda a que não consigo ficar indiferente. Há laços que se quebram, gestos que deixam de fazer sentido. Há cheiros, ruídos, rotinas, caras e trilhos que, em breve, ficarão para trás. Ecos de risos e choros que não me acompanharão. Carrego roupa, livros, móveis, vasos, louça, quadros, fotografias, tapetes, candeeiros, discos, electrodomésticos e, contudo, o essencial fica lá: agarrado àquelas paredes, pairando no vazio dos espaços, no silêncio dos cantos. É verdade: carrego muita coisa para a nova casa e, ao mesmo tempo, parece que me descarto de uma parte da minha existência.
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