VOLTARAM A BATER-SE RECORDES
Voltaram a bater-se recordes de estupidez e cinismo dois anos e meio após o 11 de Setembro e passadas escassas horas da barbárie que ceifou a vida a mais de duzentas pessoas em Espanha. Como cidadão do mundo livre, e como vizinho de um país que dizem nosso irmão, senti-me revoltado e violentado pela forma absolutamente canalha e desleal como se empunhavam cartazes com frases tipo “Aznar, por tu culpa pagámos todos” e pela gritante demagogia dos gritos de "Paz" dirigidos a um Aznar destroçado. Assim como me pareceu gravíssima a organização de uma manifestação ilegal em período de reflexão eleitoral, manifestação essa que Ricardo Costa, na SIC Notícias, apelidava ingénua e estupidamente de «espontânea» e politicamente «desinteressada». Foi triste verificar como certos espanhóis pegaram no jogo, «castigando» o Partido Popular à boca das urnas, quando, quatro dias antes, era quase certo que o PP iria ganhar as eleições. Amarga vitória a do PSOE. Amarga e injusta.
Que mundo é este, que gente é esta que inverte de forma pérfida a culpa, fazendo uso de uma má fé insultuosa? Como é possível culpar Aznar e o Partido Popular de um massacre ignóbil? Como é que se podem desculpabilizar os verdadeiros culpados e vacilar face à sua chantagem psicológica? Que mundo é este onde, sem um pingo de vergonha na cara e sem o mínimo sentido das proporções, se desvaloriza a brutalidade da ETA, fazendo dela uma espécie de Paula Bobone do terrorismo - que supostamente avisa sempre, pede licença e nunca mata civis inocentes? Como é possível esquecer e branquear o que a ETA fez no passado, quando matava civis inocentes, quando fazia detonar bombas em supermercados e cemitérios, quando enganava as autoridades relativamente ao local onde escondia os explosivos? Como é possível achar a tese da ETA «pouco provável» e «descabida», ou peremptória e insofismavelmente considerar que essa tese, defendida passadas poucas horas por Aznar e pelo seu governo, se tratava já de uma «manobra de diversão» ou de «uma mentira deliberada»? O que dizer, também, do aproveitamento reles do PSOE, fazendo eco da ideia da «conspiração» de tudo e todos (polícia, procurador, magistrados, ministros, chefias, etc.) para esconder a «verdade», quebrando o silêncio que se impunha a breves horas da abertura das urnas? E como foi possível permitir que as eleições se processassem neste clima de dor e de insinuações caluniosas?
Que eu saiba, e corrigir-me-ão se estiver equivocado, a Al-Qaeda encetou uma guerra contra o «imperialismo» e o grande Satã ANTES do Afeganistão e do Iraque 2003. Ao contrário do que cobardemente apregoam os terrorista islâmicos, este terrorismo moderno da Al-Qaeda não tem como combustível os «danados da fome», os injustiçados ou os que sofrem. O terrorismo da Al-Qaeda tem uma agenda política e um cunho indelével de fundamentalismo religioso. É organizado por gente abastada e servido por «intelectuais» que são, eles próprios, operacionais. É um terrorismo sofisticado, perverso, planeado ao milímetro. É um terrorismo que se aproveita da propaganda anti-ocidental levada a cabo há décadas nos países islâmicos, inventando a figura de uma espécie de «procuração colectiva» para agir em nome de. E, finalmente, é um terrorismo que se aproveita das fragilidades próprias das sociedades abertas - liberais, tolerantes e avessas a um securitarismo de má memória - bem como das fragilidades psicológicas dos seres humanos que, perante a monstruosidade, não hesitam em vacilar e sucumbir.
Parabéns ao Sr. Bin Laden: ele foi, de certa forma, um dos vencedores das eleições de Espanha. Parabéns ao Sr. Miguel Portas, pelo sorriso sacaninha de regozijo por um dos governos da «guerra» ter saído de cena. Nunca um sorriso foi tão grotesco. E, finalmente, parabéns aos jornalistas portugueses pela indizível cobertura do aftermath do 11 de Março e das eleições em Espanha. Como diz o Francisco "depois de ver os telejornais portugueses desta noite, fico mais aliviado: há jornalistas portugueses que, felizmente, também não votam em Espanha."
Voltaram a bater-se recordes de estupidez e cinismo dois anos e meio após o 11 de Setembro e passadas escassas horas da barbárie que ceifou a vida a mais de duzentas pessoas em Espanha. Como cidadão do mundo livre, e como vizinho de um país que dizem nosso irmão, senti-me revoltado e violentado pela forma absolutamente canalha e desleal como se empunhavam cartazes com frases tipo “Aznar, por tu culpa pagámos todos” e pela gritante demagogia dos gritos de "Paz" dirigidos a um Aznar destroçado. Assim como me pareceu gravíssima a organização de uma manifestação ilegal em período de reflexão eleitoral, manifestação essa que Ricardo Costa, na SIC Notícias, apelidava ingénua e estupidamente de «espontânea» e politicamente «desinteressada». Foi triste verificar como certos espanhóis pegaram no jogo, «castigando» o Partido Popular à boca das urnas, quando, quatro dias antes, era quase certo que o PP iria ganhar as eleições. Amarga vitória a do PSOE. Amarga e injusta.
Que mundo é este, que gente é esta que inverte de forma pérfida a culpa, fazendo uso de uma má fé insultuosa? Como é possível culpar Aznar e o Partido Popular de um massacre ignóbil? Como é que se podem desculpabilizar os verdadeiros culpados e vacilar face à sua chantagem psicológica? Que mundo é este onde, sem um pingo de vergonha na cara e sem o mínimo sentido das proporções, se desvaloriza a brutalidade da ETA, fazendo dela uma espécie de Paula Bobone do terrorismo - que supostamente avisa sempre, pede licença e nunca mata civis inocentes? Como é possível esquecer e branquear o que a ETA fez no passado, quando matava civis inocentes, quando fazia detonar bombas em supermercados e cemitérios, quando enganava as autoridades relativamente ao local onde escondia os explosivos? Como é possível achar a tese da ETA «pouco provável» e «descabida», ou peremptória e insofismavelmente considerar que essa tese, defendida passadas poucas horas por Aznar e pelo seu governo, se tratava já de uma «manobra de diversão» ou de «uma mentira deliberada»? O que dizer, também, do aproveitamento reles do PSOE, fazendo eco da ideia da «conspiração» de tudo e todos (polícia, procurador, magistrados, ministros, chefias, etc.) para esconder a «verdade», quebrando o silêncio que se impunha a breves horas da abertura das urnas? E como foi possível permitir que as eleições se processassem neste clima de dor e de insinuações caluniosas?
Que eu saiba, e corrigir-me-ão se estiver equivocado, a Al-Qaeda encetou uma guerra contra o «imperialismo» e o grande Satã ANTES do Afeganistão e do Iraque 2003. Ao contrário do que cobardemente apregoam os terrorista islâmicos, este terrorismo moderno da Al-Qaeda não tem como combustível os «danados da fome», os injustiçados ou os que sofrem. O terrorismo da Al-Qaeda tem uma agenda política e um cunho indelével de fundamentalismo religioso. É organizado por gente abastada e servido por «intelectuais» que são, eles próprios, operacionais. É um terrorismo sofisticado, perverso, planeado ao milímetro. É um terrorismo que se aproveita da propaganda anti-ocidental levada a cabo há décadas nos países islâmicos, inventando a figura de uma espécie de «procuração colectiva» para agir em nome de. E, finalmente, é um terrorismo que se aproveita das fragilidades próprias das sociedades abertas - liberais, tolerantes e avessas a um securitarismo de má memória - bem como das fragilidades psicológicas dos seres humanos que, perante a monstruosidade, não hesitam em vacilar e sucumbir.
Parabéns ao Sr. Bin Laden: ele foi, de certa forma, um dos vencedores das eleições de Espanha. Parabéns ao Sr. Miguel Portas, pelo sorriso sacaninha de regozijo por um dos governos da «guerra» ter saído de cena. Nunca um sorriso foi tão grotesco. E, finalmente, parabéns aos jornalistas portugueses pela indizível cobertura do aftermath do 11 de Março e das eleições em Espanha. Como diz o Francisco "depois de ver os telejornais portugueses desta noite, fico mais aliviado: há jornalistas portugueses que, felizmente, também não votam em Espanha."
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