O INDIGNADO, O HOMEM DOS PERDIGOTOS, O ARTISTA DE CIRCO DECADENTE,
O O HOMEM QUE SÓ DIZ MAL DE TODA A GENTE, ESTÁ DE VOLTA
(Graças a Deus, né?)
"Candidatos"
por Vasco Pulido Valente
"A esquerda europeia odeia Bush como nunca odiou um Presidente americano; e a esquerda americana também o odeia - talvez mais do que odiava Reagan. Há mesmo por aí muito português modesto que acha uma indecência não poder, com o seu voto, remover o homem. Quando apareceu Dean, vociferando contra a guerra, e com ele, alguns milhares de maníacos da Internet, a brigada anti-Bush julgou que a salvação chegara. Bastaram as «primárias» do Iowa (no fundo, uma reunião informal do partido) para desfazer esta consoladora esperança. Quem assistiu, até às quatro da manhã, ao frenesim do Iowa e do New Hampshire ficou a perceber porquê: a guerra no Iraque foi ignorada. Não se falou pura e simplesmente no assunto. O desinteresse do eleitorado não encorajava a especulação geoestratégica, e o próprio Dean reconheceu, já tarde, que tinha de inventar outra conversa. O programa «Democrático» é agora o programa populista clássico: contra o privilégio, contra os políticos, contra o Estado e contra o capitalismo (que «deslocaliza» emprego); e a favor dos «pequeninos», dos trabalhadores, do cidadão anónimo. À defesa disto, chamam os peritos lá da terra, «elegibilidade»; e a um ataque ao Presidente por causa do Iraque uma «catástrofe». De qualquer maneira, nenhum dos candidatos dá ideia de ser elegível. No Iowa, Dean gritou e saltou como um verdadeiro alucinado: precisa de uma camisa-de-forças, não precisa de Washington. Kerry saiu ontem de um filme de terror, com um sorrisinho de gelar o sangue e dentes de vampiro. John Edwards é um galã simpático com gel no cérebro. E Wesley Clark, como bom militar, oscila entre a gabarolice e a parlapatice. Se alguém espera deste belo grupo a humilhação de Bush, a paz no mundo e a ordem internacional dos «justos», tem muito que esperar."
in Diário de Notícias, 30/01/2004
O O HOMEM QUE SÓ DIZ MAL DE TODA A GENTE, ESTÁ DE VOLTA
(Graças a Deus, né?)
"Candidatos"
por Vasco Pulido Valente
"A esquerda europeia odeia Bush como nunca odiou um Presidente americano; e a esquerda americana também o odeia - talvez mais do que odiava Reagan. Há mesmo por aí muito português modesto que acha uma indecência não poder, com o seu voto, remover o homem. Quando apareceu Dean, vociferando contra a guerra, e com ele, alguns milhares de maníacos da Internet, a brigada anti-Bush julgou que a salvação chegara. Bastaram as «primárias» do Iowa (no fundo, uma reunião informal do partido) para desfazer esta consoladora esperança. Quem assistiu, até às quatro da manhã, ao frenesim do Iowa e do New Hampshire ficou a perceber porquê: a guerra no Iraque foi ignorada. Não se falou pura e simplesmente no assunto. O desinteresse do eleitorado não encorajava a especulação geoestratégica, e o próprio Dean reconheceu, já tarde, que tinha de inventar outra conversa. O programa «Democrático» é agora o programa populista clássico: contra o privilégio, contra os políticos, contra o Estado e contra o capitalismo (que «deslocaliza» emprego); e a favor dos «pequeninos», dos trabalhadores, do cidadão anónimo. À defesa disto, chamam os peritos lá da terra, «elegibilidade»; e a um ataque ao Presidente por causa do Iraque uma «catástrofe». De qualquer maneira, nenhum dos candidatos dá ideia de ser elegível. No Iowa, Dean gritou e saltou como um verdadeiro alucinado: precisa de uma camisa-de-forças, não precisa de Washington. Kerry saiu ontem de um filme de terror, com um sorrisinho de gelar o sangue e dentes de vampiro. John Edwards é um galã simpático com gel no cérebro. E Wesley Clark, como bom militar, oscila entre a gabarolice e a parlapatice. Se alguém espera deste belo grupo a humilhação de Bush, a paz no mundo e a ordem internacional dos «justos», tem muito que esperar."
in Diário de Notícias, 30/01/2004
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