ODETE SANTOS
Anda meio mundo indignado com a pose da Dr. Odete Santos, tal como foi retratada na revista Visão. No Barnabé, lamenta-se o facto. Ao que tudo indica, parece que a mesma (a pose, entenda-se) entra em rota de colisão com a cultura e estética do ideário comunista. Odete Santos ter-se-á «perdido», apontam uns. Perdeu a noção do ridículo, avançam outros. Uma tristeza, concluem todos.
Pela minha parte, a Dra. Odete Santos é livre, enquanto cidadã, de fazer o que lhe der na real gana. Se ela pretende encetar uma carreira na revista à portuguesa – um género, de per si, nobilíssimo – isso é lá com ela. A minha observação vai apenas para a estética do exercício. Não posso deixar de notar que Odete Santos se apalhaçou. Sinal de loucura? Sintoma de senilidade? Efeitos de um copito a mais? Nada disso. Sinal de coerência. Quem ainda juro a pés juntos que a Coreia do Norte não é uma ditadura e que a Cuba de Fidel é um modelo de desenvolvimento, deixou-se efectivamente apalhaçar. Ou, pior ainda, anda a fazer de nós palhaços.