DOIS. SOBRE ÉVORA. DO SR. AVIZ
Dois poemas lindissímos de Francisco José Viegas, dedicados a Évora.
Na branca e azul luz de Évora
É assim a luz, encantamento e euforia.
Nela estou intenso e exausto, ela me acolhe
entre muros,
dela acolho o tempo, a finíssima alegria
do tempo. É nas suas margens que vive
esse rosto infinito, a altura do anjo
debruçado na solidão,
na branca e azul luz de Évora, no sul,
onde apetece a alegria, uma casa abrigada
da tempestade.
Évora
Tudo o que sonhei, no arco das ruas e canaviais
estava já inscrito como um nome de ave nos lagos
antes da cidade, mas mesmo assim o que levanta voo
ao anoitecer, entre trilhos de migrações, vapor, cinza,
é essa imagem de um longo claustro onde a sombra
nunca adormeceu. O sol cansa os olhos mais do que
a dor de estar só no meio da planície, quieto, esperando
a neblina, o silvo, os juncos, Outubro, a folhagem
ardendo nas margens de um lago. A sul da cidade
os muros morrem lentamente, tristes, junto às primeiras árvores, ninguém pisa esses caminhos esses segredos
por onde o escorpião lembra o orvalho no musgo,
um santuário branco, sem abelhas nos arbustos verdes,
sem rosas, o que no branco se transfigura em silêncio.
Dois poemas lindissímos de Francisco José Viegas, dedicados a Évora.
Na branca e azul luz de Évora
É assim a luz, encantamento e euforia.
Nela estou intenso e exausto, ela me acolhe
entre muros,
dela acolho o tempo, a finíssima alegria
do tempo. É nas suas margens que vive
esse rosto infinito, a altura do anjo
debruçado na solidão,
na branca e azul luz de Évora, no sul,
onde apetece a alegria, uma casa abrigada
da tempestade.
Évora
Tudo o que sonhei, no arco das ruas e canaviais
estava já inscrito como um nome de ave nos lagos
antes da cidade, mas mesmo assim o que levanta voo
ao anoitecer, entre trilhos de migrações, vapor, cinza,
é essa imagem de um longo claustro onde a sombra
nunca adormeceu. O sol cansa os olhos mais do que
a dor de estar só no meio da planície, quieto, esperando
a neblina, o silvo, os juncos, Outubro, a folhagem
ardendo nas margens de um lago. A sul da cidade
os muros morrem lentamente, tristes, junto às primeiras árvores, ninguém pisa esses caminhos esses segredos
por onde o escorpião lembra o orvalho no musgo,
um santuário branco, sem abelhas nos arbustos verdes,
sem rosas, o que no branco se transfigura em silêncio.
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