FIDEL, SARAMAGO & Cª Lda.
Comentário do leitor Fernando Branco, residente em New Jersey, USA, aos argumentos do José Luis:
Ah! O Sr. José Luís teve o prazer de visitar o paraíso idílico que é Cuba e de conhecer muitos cubanos e cubanas. Pois, Sr. José Luís, eu nunca visitei Cuba, mas conheço alguns cubanos. Conheço alguns cubanos que não têm medo de contar exactamente que tipo de paraíso o camarada Fidel mantém em Cuba. Conheço alguns cubanos que sempre que algum familiar deles em Cuba precisa de assistência médica, têm que lhes mandar álcool, gaze, algodão, adesivo,...enfim, todos os produtos básicos que qualquer agregado familiar num pais não comunista tem em casa. Além disso, porque será que todos os anos centenas de Cubanos arriscam a vida a atravessar o golfo do México em câmaras de ar de camião e em jangadas, para chegar aos Estados Unidos? (...) Ao fim ao cabo, não estarão eles a abandonar um pais em que todos são "iguais" para vir para um pais com grandes desigualdades? Será porque é melhor ser pobre com liberdade num pais rico do que ser pobre, sem liberdade, num pais de pobres? Não sei.
Nunca visitei Cuba, mas visitei a China (benefícios de ter casado com uma cidadã chinesa). Tive o prazer de ver pessoalmente a "igualdade" tão querida dos intelectuais de esquerda. Ao fim de duas semanas já conseguia destinguir os membros do partido pela roupa que vestiam e pelos carros que conduziam, do resto do povinho supostamente "igual". Talvez o sr. José Luís e o meu sogro devessem discutir os benefícios e vantagens de passar vários anos em campos agrícolas de "reforma".(...)
O Sr. José Luís (e o meu dentista) é da opinião que é preferível sermos
todos iguais na miséria do que termos diferentes graus de abundância. Mesmo assim, a verdade é que o Sr. José Luís não encontra esse tipo de igualdade em nenhum país comunista.
Por último, o facto da maioria dos países da América do Sul serem países pobres não é independente dos regimes políticos que tiveram, mas, antes, uma consequência directa. O que o Sr. José Luís se esqueceu de mencionar acerca desses países, é que todos tiveram um regime de ditadura, de esquerda ou de direita, na sua historia recente.
Acrescento um pequeno excerto do artigo de Rui Henriques Coimbra, no Expresso:
"(...) os tribunais do ditador impuseram sentenças aterradoras a uma mão-cheia de dissidentes. Entre os condenados, encontrava-se Marta Beatriz Roque, uma economista sem filiação partidária que teve a audácia de convidar para jantar o representante da missão americana em Cuba. Recebeu 25 anos de cadeia. Omar Rodriguez Saludes foi condenado a 27 anos de prisão. Que crime hediondo cometeu? Será que trazia granadas nos bolsos ou mantinha contactos secretos com o imperialismo ianque em Guantanamo? Não. Passava os dias a pedalar pela cidade fora, na sua bicicleta enferrujada, a recolher material para o seu jornalismo independente. Ao todo foram julgados 75 dissidentes em julgamentos relâmpago. Ninguém foi considerado inocente (...) Alguns dos condenados eram bibliotecários, ou seja, gente que se atreveu a amar os livros.
Felizmente, podemos sempre contar com uma vaga colossal de indignação pública de cada vez que um homem poderoso humilha, derrota e esmaga o espírito dos mais fracos. Da mesma maneira que, nas semanas que antecederam a guerra, a Europa se encheu de gente anti-Bush e anti-América e antiguerra, é um prazer verificar que as avenidas europeias, de Lisboa à Lapónia, ficaram apinhadas de pacifistas indignados com as prepotências do regime castrista. O quê? Não. Não pode ser. Estão a segredar-me ao ouvido que ando mal informado, que não houve manifestações nenhumas. Está bem, compreende-se. Os manifestantes também têm direito a tirar férias...."
Comentário do leitor Fernando Branco, residente em New Jersey, USA, aos argumentos do José Luis:
Ah! O Sr. José Luís teve o prazer de visitar o paraíso idílico que é Cuba e de conhecer muitos cubanos e cubanas. Pois, Sr. José Luís, eu nunca visitei Cuba, mas conheço alguns cubanos. Conheço alguns cubanos que não têm medo de contar exactamente que tipo de paraíso o camarada Fidel mantém em Cuba. Conheço alguns cubanos que sempre que algum familiar deles em Cuba precisa de assistência médica, têm que lhes mandar álcool, gaze, algodão, adesivo,...enfim, todos os produtos básicos que qualquer agregado familiar num pais não comunista tem em casa. Além disso, porque será que todos os anos centenas de Cubanos arriscam a vida a atravessar o golfo do México em câmaras de ar de camião e em jangadas, para chegar aos Estados Unidos? (...) Ao fim ao cabo, não estarão eles a abandonar um pais em que todos são "iguais" para vir para um pais com grandes desigualdades? Será porque é melhor ser pobre com liberdade num pais rico do que ser pobre, sem liberdade, num pais de pobres? Não sei.
Nunca visitei Cuba, mas visitei a China (benefícios de ter casado com uma cidadã chinesa). Tive o prazer de ver pessoalmente a "igualdade" tão querida dos intelectuais de esquerda. Ao fim de duas semanas já conseguia destinguir os membros do partido pela roupa que vestiam e pelos carros que conduziam, do resto do povinho supostamente "igual". Talvez o sr. José Luís e o meu sogro devessem discutir os benefícios e vantagens de passar vários anos em campos agrícolas de "reforma".(...)
O Sr. José Luís (e o meu dentista) é da opinião que é preferível sermos
todos iguais na miséria do que termos diferentes graus de abundância. Mesmo assim, a verdade é que o Sr. José Luís não encontra esse tipo de igualdade em nenhum país comunista.
Por último, o facto da maioria dos países da América do Sul serem países pobres não é independente dos regimes políticos que tiveram, mas, antes, uma consequência directa. O que o Sr. José Luís se esqueceu de mencionar acerca desses países, é que todos tiveram um regime de ditadura, de esquerda ou de direita, na sua historia recente.
Acrescento um pequeno excerto do artigo de Rui Henriques Coimbra, no Expresso:
"(...) os tribunais do ditador impuseram sentenças aterradoras a uma mão-cheia de dissidentes. Entre os condenados, encontrava-se Marta Beatriz Roque, uma economista sem filiação partidária que teve a audácia de convidar para jantar o representante da missão americana em Cuba. Recebeu 25 anos de cadeia. Omar Rodriguez Saludes foi condenado a 27 anos de prisão. Que crime hediondo cometeu? Será que trazia granadas nos bolsos ou mantinha contactos secretos com o imperialismo ianque em Guantanamo? Não. Passava os dias a pedalar pela cidade fora, na sua bicicleta enferrujada, a recolher material para o seu jornalismo independente. Ao todo foram julgados 75 dissidentes em julgamentos relâmpago. Ninguém foi considerado inocente (...) Alguns dos condenados eram bibliotecários, ou seja, gente que se atreveu a amar os livros.
Felizmente, podemos sempre contar com uma vaga colossal de indignação pública de cada vez que um homem poderoso humilha, derrota e esmaga o espírito dos mais fracos. Da mesma maneira que, nas semanas que antecederam a guerra, a Europa se encheu de gente anti-Bush e anti-América e antiguerra, é um prazer verificar que as avenidas europeias, de Lisboa à Lapónia, ficaram apinhadas de pacifistas indignados com as prepotências do regime castrista. O quê? Não. Não pode ser. Estão a segredar-me ao ouvido que ando mal informado, que não houve manifestações nenhumas. Está bem, compreende-se. Os manifestantes também têm direito a tirar férias...."
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