Aposta simples
Da esquerda à direita, do Altíssimo ao reino de Hades, toda a minha gente grita, sussurra, sonha, acalenta e bebe a solução: «cortar a despesa». Socialistas, trotskistas, comunistas, sociais-democratas, democratas-cristãos, indecisos, mata-mosquitos, vira-casacas e cata-ventos, todos, em uníssono, apontam o caminho: «corte-se na Despesa!» (subentende-se na despesa do Estado). É este o caldo «liberal» onde, hoje em dia, se comprazem os espíritos mesquinhamente práticos dos políticos e intelectuais da paróquia lusa. Fizeram, ao que parece, as contas.Agora, perante o cenário de mais impostos, a solução nunca foi tão unânime: «corte-se na Despesa».
Longe de mim perturbar uma ideia que adquiriu a solenidade severa e salvífica de um dogma. Cortar na despesa? Ó meus amigos: vamos a isso!
Quero, apenas, colocar o pouco dinheiro que me resta numa aposta simples (dispenso a múltipla): no dia em que se anunciar um rol mais ou menos sistematizado e, digamos, transversal, de medidas de «corte na Despesa», a unanimidade mudará de sinal. Nesse dia, eis o que iremos escutar dos mesmíssimos espíritos iluminados:
- Cortar assim, sem critério? Que horror!
- As pessoas não podem ser observadas como números. Que insensibilidade!
- Estas medidas vão conduzir a mais desemprego e recessão!
- O encerramento destes serviços representa um duro golpe no Estado Social!
- A falta de sensibilidade social deste governo é atroz!
- Estas empresas municipais geram emprego e desempenham uma função vital, sem a qual o Estado, por via das autarquias, se demitirá do seu papel social!
Está apostado.
(originalmente publicado aqui)
Longe de mim perturbar uma ideia que adquiriu a solenidade severa e salvífica de um dogma. Cortar na despesa? Ó meus amigos: vamos a isso!
Quero, apenas, colocar o pouco dinheiro que me resta numa aposta simples (dispenso a múltipla): no dia em que se anunciar um rol mais ou menos sistematizado e, digamos, transversal, de medidas de «corte na Despesa», a unanimidade mudará de sinal. Nesse dia, eis o que iremos escutar dos mesmíssimos espíritos iluminados:
- Cortar assim, sem critério? Que horror!
- As pessoas não podem ser observadas como números. Que insensibilidade!
- Estas medidas vão conduzir a mais desemprego e recessão!
- O encerramento destes serviços representa um duro golpe no Estado Social!
- A falta de sensibilidade social deste governo é atroz!
- Estas empresas municipais geram emprego e desempenham uma função vital, sem a qual o Estado, por via das autarquias, se demitirá do seu papel social!
Está apostado.
(originalmente publicado aqui)
1 Comentários:
Na mouche, até nas vírgulas.
(férias longas!)
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