O homem da Cofidis
Vítor Constâncio, naquele tom de homem seríssimo levemente enfadado por ter de falar na direcção de uma esponja meio cilíndrica emoldurada por um logótipo de uma qualquer estação de rádio ou televisão, aliviou-se de uma presunção: dada a situação económica do país, o Sr. Governador presume que «alguma coisa tem que ser feita». E que coisa é essa? Ora deixa cá ver…. (difícil, tendo em conta a imprevisibilidade daquele encéfalo)… Arrisco: aumento de impostos? Acertei?
Claro que acertei. Não tinha como não acertar. Reparem: estamos a falar de uma figura que nasceu, viveu e, infelizmente, há-de um dia morrer aluído pelo eterno paradigma da planificação económica e da estatização da economia em nome, claro está, da igualdade e da justiça social.
Aparentemente, faltaram explicar-lhe o resto, na Academia, e de pouco lhe valeu viver, recorrentemente, durante mais de trinta e cinco anos, o processo pelo qual o seu paradigma deu os resultados que estão à vista. O socialismo é autofágico, não pelo jejum mas pela gula e obesidade mórbidas. No Estado socialista – que é o nosso - a riqueza produzida passa a estar ao serviço – um serviço indiscutível, eternamente sábio e incomensuravelmente bondoso, servido por gente irrepreensível – de um Estado que, chamando a si a distinta e apreciável função de redistribuir os rendimentos para suprir a falta ali e ceifar as excrescências acolá, se torna toxicodependente daquele que é o instrumento por excelência que lhe permite subtrair uma fatia da riqueza que cada ser humano «produtivo», ganha com o seu trabalho, e que dá pelo nome de «imposto» ou «tributo». A tendência do Estado socialista há-de ser sempre, por definição, a de cobrar mais para gastar mais, e a de gastar mais para justificar cobrar ainda mais. É um ciclo vicioso, imparável, sem direito a reversão ou correcção. Para o Sr. Governador, os impostos são o Cofidis do Estado: sempre disponíveis para tapar o buraquinho orçamental e para apregoar o papel «social» do Estado. Os impostos hão-de estar sempre ali, disponíveis, para salvar a face do Estado gordo e guloso, repleto de necroses e disfunções diabéticas. É esta a mentalidade do Sr. Governador, e é este o único paradigma em que esta singular democracia viveu.
Em trinta e cinco anos, nunca ninguém ousou baixar a carga fiscal, porque nunca o Estado e as mordomias que serve, pararam de crescer. Para quê? Para deixar o dinheiro nas mãos do malandro e néscio povo? Não tenham a mais leve das ilusões: a cada orçamento de Estado, haverá sempre um aumento de impostos à espera de si. E uns idiotas úteis que o justificarão com a cara mais séria do mundo. Em nome do mais nobre ideal. O povo - que não é malandro nem néscio - lá encolherá os ombros porque, let's face it: o povo doesn't want chatices.
Claro que acertei. Não tinha como não acertar. Reparem: estamos a falar de uma figura que nasceu, viveu e, infelizmente, há-de um dia morrer aluído pelo eterno paradigma da planificação económica e da estatização da economia em nome, claro está, da igualdade e da justiça social.
Aparentemente, faltaram explicar-lhe o resto, na Academia, e de pouco lhe valeu viver, recorrentemente, durante mais de trinta e cinco anos, o processo pelo qual o seu paradigma deu os resultados que estão à vista. O socialismo é autofágico, não pelo jejum mas pela gula e obesidade mórbidas. No Estado socialista – que é o nosso - a riqueza produzida passa a estar ao serviço – um serviço indiscutível, eternamente sábio e incomensuravelmente bondoso, servido por gente irrepreensível – de um Estado que, chamando a si a distinta e apreciável função de redistribuir os rendimentos para suprir a falta ali e ceifar as excrescências acolá, se torna toxicodependente daquele que é o instrumento por excelência que lhe permite subtrair uma fatia da riqueza que cada ser humano «produtivo», ganha com o seu trabalho, e que dá pelo nome de «imposto» ou «tributo». A tendência do Estado socialista há-de ser sempre, por definição, a de cobrar mais para gastar mais, e a de gastar mais para justificar cobrar ainda mais. É um ciclo vicioso, imparável, sem direito a reversão ou correcção. Para o Sr. Governador, os impostos são o Cofidis do Estado: sempre disponíveis para tapar o buraquinho orçamental e para apregoar o papel «social» do Estado. Os impostos hão-de estar sempre ali, disponíveis, para salvar a face do Estado gordo e guloso, repleto de necroses e disfunções diabéticas. É esta a mentalidade do Sr. Governador, e é este o único paradigma em que esta singular democracia viveu.
Em trinta e cinco anos, nunca ninguém ousou baixar a carga fiscal, porque nunca o Estado e as mordomias que serve, pararam de crescer. Para quê? Para deixar o dinheiro nas mãos do malandro e néscio povo? Não tenham a mais leve das ilusões: a cada orçamento de Estado, haverá sempre um aumento de impostos à espera de si. E uns idiotas úteis que o justificarão com a cara mais séria do mundo. Em nome do mais nobre ideal. O povo - que não é malandro nem néscio - lá encolherá os ombros porque, let's face it: o povo doesn't want chatices.
5 Comentários:
E não é que (como, aliás, seria de esperar)a Margarida tinha razão? Você devia escrever mais, MacGuffin. Perfeito.
...Vou jogar no Euromilhões!
É que é já a seguir!
1º - estava a matutar isso mesmo com os meus botões, género: "Fónix! - pardon my French - isto é MESMO MUITO BOM, caraças!"
2º - antes de abrir a caixinha de 'comentários' imaginei que fosse o meu escafandrista favorito a deixar um miminho por aqui... - e é!
:)
(pronto, C., sem 'lirismos desaustinados', O.K.?)
;)
Se lhe sair, não se esqueça do meu contributo e do do MacGuffin, Margarida... ;)
Prometido. :)
Aliás, este ensejo já tem dois anos.
Está prometido ao Paulo Pinto Mascarenhas e ao nosso excelso anfitrião que financiaria uma nova 'Atlântico'...
Não esqueço o que prometo.
'Jamé!'
;)
Não é bem assim...
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