Um longo lamento
O Daniel Oliveira e a Clara Ferreira Alves (Eixo do Mal, SICN) pavonearam, pela enésima vez, a sua arrebatador sensibilidade e canonizada preocupação pelos civis palestinianos. Nunca, em tempo algum, os vi demonstrar igual indignação quando as vitimas foram, e são, israelitas. Só quem usa termos como «massacre» ou «chacina» sempre que Israel ataca é que tem coração e só atacando Israel e demonstrando compaixão pública pelos civis palestinianos se é elegível para figurar no panteão dos “Certos, Justos & Humanistas” liderado pelo Daniel O e pela Clara FA. Desta vez, aos maus da fita do costume (israelitas), juntaram-se os meios de comunicação social. Alegadamente, os meios de comunicação social (a Ocidente, presume-se) estão a esconder/desvalorizar/secundarizar/sonegar (riscar o que não interessa) o sofrimento palestiniano e a malignidade das intenções israelitas. O Henrique Cymerman é uma espécie de timoneiro de uma patifaria certamente orquestrada pelos... (vá lá, esta é fácil)... israelitas judeus sionistas.
O que o Daniel Oliveira e a Clara FA e os «amigos da Palestina» (como se tentar compreender Israel ou criticar o nojento comportamento do Hamas fosse próprio de «inimigos da Palestina») parecem estranhar, e não suportar (porque é uma causa idelogicamente opiácea que em caso de afrouxamento resulta em ressaca), é que talvez pela primeira vez na história deste conflito, houve gente (embora em incomensurável menor número que os contrários) interessada em compreender a posição de Israel e, simultaneamente, em chamar os bois pelos nomes: o Hamas não é uma organização pacifista exclusivamente interessada em construir creches, escolas e lares para velhinhos; o Hamas não representa a resistência armada dos desgraçadinhos; o Hamas tem um programa político e um desígnio militar; o Hamas está a ser apoiado pelo Irão; Israel não podia ficar de braços cruzados.
Os execráveis métodos do Hamas incluem a utilizações de civis (incluindo crianças) como escudos humanos, a utilização de escolas (as da ONU, sim) e mesquitas para lançar ataques contra território israelita, e a mais nefasta e pútrida propaganda contra os judeus (desde tenra idade que aos palestinianos é supostamente demonstrado, através de mentiras atrozes, o carácter luciferino, terrível e dominador dos judeus). Dialogar com o Hamas sobre o reconhecimento de Israel enquanto Estado e dos judeus enquanto povo irmão é mais ou menos o mesmo que tentar convencer os neo-nazis de que os «pretos» ou os «ciganos» são iguais a eles. Para o Hamas o Dia do Juízo Final só será alcançado no dia em que os muçulmanos matarem os judeus. Tudo isto se pode ler no «estatuto editorial» da organização onde, entre outras pérolas, se pode ler que a Revolução Francesa, a Revolução Russa, o colonialismo e as duas guerras mundiais foram orquestradas pelos sionistas, fazendo-se, mais à frente, referência ao livro-embuste fetiche dos anti-semitas: “Os Protocolos dos Sábios de Sião”.
É visível a existência de um canalhinha a habitar as mentes dos que condenam Israel esquecendo aprioristicamente estes factos e desvalorizando o cenário hostil onde Israel se encontra (excluo da discussão os casos mais nojentos de anti-semitismo que levam pessoas putativamente de boas famílias a comparar a intervenção das IDF ao Holocausto, porque aí estaremos na presença de débeis mentais, ignorantes encartados e canalhas catedráticos). Assim como seria canalhinha deixar de referir que a solução para o conflito israelo-palestiniano passa pelo desmantelamento dos colonatos e pela devolução de terra aos palestinianos por parte de Israel, no sentido da criação de um Estado soberano palestiniano, e pelo respeito pelo povo palestiniano enquanto povo irmão (e não como os judeus radicais ortodoxos os julgam: como gente inferior).
O que o Daniel O e a Clara FA não suportam é que, talvez pela primeira vez desde há muitos anos (ainda tenho presente a famosa passeata em Lisboa que reuniu gente como Freitas do Amaral contra o falso massacre de Jenin, entre outras manifestações também carinhosamente imparciais), alguém algures nos jornais e nas televisões está interessado em, por uma vez que seja, fugir à ladainha «Israel = agressor; palestinianos = anjinhos; Hamas = resistentes». Compreender Israel não significa que se seja insensível ao sofrimento da população civil de Gaza. Ninguém aqui dá lições de moral ou de humanismo a ninguém. O Daniel O e a Clara FA não são bons corações em contraponto aos corações pérfidos dos que entendem que Israel tem o direito de se defender e que vale a pena compreender o porquê daquela intervenção militar.
Falam de desproporção. Queriam o quê: que Israel comprasse rockets ao Hamas ou ao Irão para usar o mesmo tipo de armas que eles utilizam? Que por cada morte de um civil israelita, as IDF matassem um civil palestiniano e não olhassem para os guerrilheiros do Hamas? Que Israel nada fizesse e que se limitasse a rezar para que a pontaria dos rockets do Hamas continuasse fraca? Até quando?
É cansativo assistir à utilização de epítetos sórdidos e nojentos contra Israel, ou à velhinha e caricata equivalência entre «terrorismo de resistência» e «terrorismo de Estado». A partir do momento em que Israel é uma democracia e um Estado de Direito, sujeito ao escrutínio público e com um exército que se rege por regras tão básicas como as de não apontar a populações civis (e não me venham com os exemplos dos civis mortos porque qualquer guerra é tragicamente suja e não imune a erros por vezes tragicamente grosseiros) é impossível do ponto de vista moral enfiar no mesmo saco as acções militares israelitas e as acções dos terroristas do Hamas.
Não atender a tudo isto, não é só desleal e, a espaços, emocionalmente demagógico: é, acima de tudo, irracional. Por cada imagem de uma criança morta por um bombardeamento israelita, o meu coração aperta-se de forma quase indizível. Mas a minha raiva e revolta vai direitinha para o Hamas e respectivos simpatizantes. Afinal de contas os maiores inimigos do povo palestiniano.
O que o Daniel Oliveira e a Clara FA e os «amigos da Palestina» (como se tentar compreender Israel ou criticar o nojento comportamento do Hamas fosse próprio de «inimigos da Palestina») parecem estranhar, e não suportar (porque é uma causa idelogicamente opiácea que em caso de afrouxamento resulta em ressaca), é que talvez pela primeira vez na história deste conflito, houve gente (embora em incomensurável menor número que os contrários) interessada em compreender a posição de Israel e, simultaneamente, em chamar os bois pelos nomes: o Hamas não é uma organização pacifista exclusivamente interessada em construir creches, escolas e lares para velhinhos; o Hamas não representa a resistência armada dos desgraçadinhos; o Hamas tem um programa político e um desígnio militar; o Hamas está a ser apoiado pelo Irão; Israel não podia ficar de braços cruzados.
Os execráveis métodos do Hamas incluem a utilizações de civis (incluindo crianças) como escudos humanos, a utilização de escolas (as da ONU, sim) e mesquitas para lançar ataques contra território israelita, e a mais nefasta e pútrida propaganda contra os judeus (desde tenra idade que aos palestinianos é supostamente demonstrado, através de mentiras atrozes, o carácter luciferino, terrível e dominador dos judeus). Dialogar com o Hamas sobre o reconhecimento de Israel enquanto Estado e dos judeus enquanto povo irmão é mais ou menos o mesmo que tentar convencer os neo-nazis de que os «pretos» ou os «ciganos» são iguais a eles. Para o Hamas o Dia do Juízo Final só será alcançado no dia em que os muçulmanos matarem os judeus. Tudo isto se pode ler no «estatuto editorial» da organização onde, entre outras pérolas, se pode ler que a Revolução Francesa, a Revolução Russa, o colonialismo e as duas guerras mundiais foram orquestradas pelos sionistas, fazendo-se, mais à frente, referência ao livro-embuste fetiche dos anti-semitas: “Os Protocolos dos Sábios de Sião”.
É visível a existência de um canalhinha a habitar as mentes dos que condenam Israel esquecendo aprioristicamente estes factos e desvalorizando o cenário hostil onde Israel se encontra (excluo da discussão os casos mais nojentos de anti-semitismo que levam pessoas putativamente de boas famílias a comparar a intervenção das IDF ao Holocausto, porque aí estaremos na presença de débeis mentais, ignorantes encartados e canalhas catedráticos). Assim como seria canalhinha deixar de referir que a solução para o conflito israelo-palestiniano passa pelo desmantelamento dos colonatos e pela devolução de terra aos palestinianos por parte de Israel, no sentido da criação de um Estado soberano palestiniano, e pelo respeito pelo povo palestiniano enquanto povo irmão (e não como os judeus radicais ortodoxos os julgam: como gente inferior).
O que o Daniel O e a Clara FA não suportam é que, talvez pela primeira vez desde há muitos anos (ainda tenho presente a famosa passeata em Lisboa que reuniu gente como Freitas do Amaral contra o falso massacre de Jenin, entre outras manifestações também carinhosamente imparciais), alguém algures nos jornais e nas televisões está interessado em, por uma vez que seja, fugir à ladainha «Israel = agressor; palestinianos = anjinhos; Hamas = resistentes». Compreender Israel não significa que se seja insensível ao sofrimento da população civil de Gaza. Ninguém aqui dá lições de moral ou de humanismo a ninguém. O Daniel O e a Clara FA não são bons corações em contraponto aos corações pérfidos dos que entendem que Israel tem o direito de se defender e que vale a pena compreender o porquê daquela intervenção militar.
Falam de desproporção. Queriam o quê: que Israel comprasse rockets ao Hamas ou ao Irão para usar o mesmo tipo de armas que eles utilizam? Que por cada morte de um civil israelita, as IDF matassem um civil palestiniano e não olhassem para os guerrilheiros do Hamas? Que Israel nada fizesse e que se limitasse a rezar para que a pontaria dos rockets do Hamas continuasse fraca? Até quando?
É cansativo assistir à utilização de epítetos sórdidos e nojentos contra Israel, ou à velhinha e caricata equivalência entre «terrorismo de resistência» e «terrorismo de Estado». A partir do momento em que Israel é uma democracia e um Estado de Direito, sujeito ao escrutínio público e com um exército que se rege por regras tão básicas como as de não apontar a populações civis (e não me venham com os exemplos dos civis mortos porque qualquer guerra é tragicamente suja e não imune a erros por vezes tragicamente grosseiros) é impossível do ponto de vista moral enfiar no mesmo saco as acções militares israelitas e as acções dos terroristas do Hamas.
Não atender a tudo isto, não é só desleal e, a espaços, emocionalmente demagógico: é, acima de tudo, irracional. Por cada imagem de uma criança morta por um bombardeamento israelita, o meu coração aperta-se de forma quase indizível. Mas a minha raiva e revolta vai direitinha para o Hamas e respectivos simpatizantes. Afinal de contas os maiores inimigos do povo palestiniano.
2 Comentários:
Quer dizer que para ti, condenar Israel implica considerar o Hamas como uns anjinhos pacifistas.
A questão é que Israel se coloca reiteradamente no mesmo plano moral que uma organização terrorista.
E pior que isso a singular impunidade de que beneficia no contexto geo-estratégico internacional.
Quando é a Sérvia a tratar da saúde aos muçulmanos da Bósnia ou do Kosovo, coitadinhos dos muçulmanos, que são vítimas disto e mais daquilo. Quando a coisa mete Judeus, já tudo é permitido.
Devo dizer que, mais do que os próprios EUA, irrita-me por vezes a postura nem-carne-nem-peixe da União Europeia, que mantém incompreensíveis problemas de consciência com os Judeus, como se eu, tu ou qualquer dos leitores tivessemos sido responsáveis pelo holocausto.
Talvez não tenhas reparado mas:
1. Não invoquei o Holocausto no meu post. Sinceramente, acho que os detractores de Israel vivem mais obcecados com esse pseudo-argumento de uma suposta «indústria do Holocausto» que acusam Israel de supostamente utilizar, do que a generalidade dos israelitas.
2. A «impunidade» de que falas é um mito ou um embuste. A generalidade da opinião pública e publicada a ocidente (incluindo a generalidade dos líderes políticos no governo e na oposição e os responsáveis da ONU, da AMI, da AI etc. etc.) não tem apelo nem agravo na hora de apontar o dedo acusador na direcção do Estado facínora: Israel. Achar o contrário só pode ser gozo. Basta, aliás, fazer uma visita pelos fóruns e pelas caixas de comentários dos jornais online para perceber o que para aí vai. Há uns tempos atrás, atrevi-me no site do Público a remar contra a maré e, em pouco mais de duas horas, chamaram-me de tudo. Houve até quem me tivesse alertado para um facto: “Mas você pensa que é por acaso que quando uma pessoa se comporta mal se apelida de «judeu»?”
3. Não há coitadinhos num sítio que sejam vilões noutro. Nunca o escrevi. Cada caso é um caso, cada situação uma situação.
4. A Europa não tem uma só voz. Podemos discutir se isso é bom ou mau, mas, para que conste, e para já, a UE continua a ser um aglomerado de Estados independentes, com vida própria, política externa própria e diplomacia própria. Esta é uma questão demasiado complexa e «fracturante» (para utilizar o termo da moda) para que haja consensos. E repito: talvez pela primeira vez de há muitos anos se fazem escutar algumas vozes dissonantes que recusam enveredar pela diabolização de uns a favor da canonização de outros. Maniqueísmos não, por favor.
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