Tradicional, diz ele
Num dossier do jornal Público sobre os casamentos muçulmanos, a palavra ao xeque:
Pode uma mulher casada com um muçulmano ser levada para outro país e ver-se privada dos seus direitos?
Se a mulher viajar para o país do marido "o que pode acontecer depende das famílias", explica o xeque. "Se forem mais conservadoras, ela poderá ter que seguir um estilo de vida mais tradicional".
4 Comentários:
É a alegação mais diplomática possível que ele, sendo quem é, pode proferir...
Nota-se um certo etno-centrismo nestes dois últimos posts.
Eu sou católico, entendo as palavras do Cardeal, mas percebo que possam existir formas de organização social diferentes daquelas onde eu vivo.
Seria curioso perguntar às mulheres muçulmanas se queriam ser como as ocidentais. Se calhar as respostas eram surpreendentes.
Não é «um certo» etno-centrismo. É um etno-centrismo total. No que toca ao modus vivendi «ocidental» (e aplico as aspas porque a pluralidade e a diversidade são a pedra de toque) sou um fundamentalista. É claro que podem existir formas de organização social e religiosa diferentes daquelas onde se vivo. Mas também me assiste o direito de opinar qualitativamente sobre todas elas e, horror dos horrores, tomar partido. Sou daqueles que tenta sempre fugir aos relativismos (morais, culturais, etc.). É a melhor forma de suscitar o debate.
Quanto a perguntar se as mulheres muçulmanas quereriam mudar de vida, acho a questão falaciosa. Repara: há muitas que nunca viram nem suspeitaram existir outros modos de «organização social», assim como há muitas que jamais abririam a boca com receio de represálias. É claro que posso estar enganado.
-Na sua opinião, uma mulher que é agredida pelo marido deve manter o casamento ou divorciar-se?
Depende do grau da agressão.
-O que é isso do grau da agressão?
Há o indivíduo que bate na mulher todas as semanas e há o indivíduo que dá um soco na mulher de três em três anos.
-Então reformulo a questão: agressões pontuais justificam um divórcio?
Eu, pelo menos, se estivesse na parte da mulher que tivesse um marido que a amava verdadeiramente no resto do tempo, achava que não.
Reitor do Santuário de Fátima, Luciano Guerra, entrevista ao DN, a 13 de Outubro de 2007
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