DESCULPEM, MAS EU TENHO DE DIZER ISTO (PERDOEM-ME A LINGUAGEM)
(corrigido, aumentado, etc.)
Este governo é uma merda. Santana Lopes uma merda é. Tirando Mexia, Bagão, Nobre Guedes, Monteiro e Sanches, este governo desiludiu-me para além do permitido.
Inicialmente, ainda accionei uma coisa que dá pelo nome de “benefício da dúvida”. Mas não pude deixar de reparar que o pontapé de saída do governo tinha acertado em cheio no elemento de esperança que o tal «benefício» encerra em sim mesmo. Por entre promessas de «continuidade» e «estabilidade», Santana Lopes punha na alheta 99% do anterior executivo. Neste particular, tenho de admitir que JMF estava certo. Eu estava errado. Fui ingénuo em acreditar que as alterações seriam de pormenor, ou seja, que a maioria dos ministros e das equipas seriam recolocadas, até por uma questão de accountability.
Para que não me restassem dúvidas, de lá para cá assisti a um pouco de tudo: um dos mais lamentáveis e paupérrimos discursos de que há memória na ONU, pela mão de Santana Lopes; um ministro (Gomes da Silva) que faz questão de saltar de calinada em calinada sem que lhe calcem uns patins; uma comunicação ao país onde tudo estava errado, desde o estilo à pose, passando pelo gestos e pelo conteúdo redondo e populista da «prosperidade», ao invés do recato e do reconhecimento desassombrado do período de austeridade; Santana Lopes, de mão dada com Schröder, a dizer que o pacto de estabilidade tem de ser aligeirado, reformado, flexibilizado. Uma tristeza.
Abstenho-me de chamar àcoacção colação os «incidentes» relacionados com a colocação dos professores, ou o putativo afastamento de Marcelo, que estupidamente alguns insistem em rotular de «censura» e fazer do caso o Watergate da Picheleira. Também não compro a típica tese da típica esquerda portuguesa - demagógica e histriónica - segundo a qual andam por aí aos saltos tiques «ditatoriais», de «autoritarismo», de «extrema-direita». E recuso-me a comentar as cabalas de uns (da esquerda) contra as cabalas de outros (do governo, ou melhor, do Sr. da Silva).
O lamentável da situação prende-se com a gritante falta de rumo, com a notória falta de uma estratégia, de uma ideia abrangente e aglutinadora. Não me refiro, obviamente, à publicitação de promessas, ao anúncio de propósitos, nem sequer à laudatória proclamação da obra feita. As promessas eleitorais não significam nada. A retórica da «explicação» das políticas e das «medidas» aos papalvos é uma pantomina inconsequente, que os governos gostam de ensaiar para dar a sensação de que o eleitorado é importante e controla a «acção» governativa. “Words, words, words”, como diria Hamlet. Há gente a mais a falar neste governo. Ao excesso de justificação está a aliar-se o excesso de hesitação, de ziguezagues, de meias-tintas. Diz-se um dia uma coisa, para no outro dia dizer-se outra. Invoca-se o desastre do guterrismo, e nem sequer se repara que se anda a trilhar igual caminho. O défice vai inteirinho para a discrição, para a serenidade, para a sensatez, para a acção independente das sondagens e da vox populi.
O que está a faltar é a indicação tácita de um rumo e de uma estratégia por via de medidas concretas, de princípios orientadores irrepreensíveis, de exemplos que devem partir de cima. Sem folclore, sem barulho, sem paninhos quentes, sem hesitações, sem conversas de comadres.
O que está a acontecer remete-nos para uma incómoda e perniciosa sensação de que tudo e todos estão à deriva. De que cada um navega o seu barco, sem carta e sem pingo de instrumentação. E nem um farol se vislumbra para, no mínimo, evitar o desastre.
Quanto à alternativa Sócrates/Tó-Zé Seguro/José Magalhães? Não me lixem, está bem?
Este governo é uma merda. Santana Lopes uma merda é. Tirando Mexia, Bagão, Nobre Guedes, Monteiro e Sanches, este governo desiludiu-me para além do permitido.
Inicialmente, ainda accionei uma coisa que dá pelo nome de “benefício da dúvida”. Mas não pude deixar de reparar que o pontapé de saída do governo tinha acertado em cheio no elemento de esperança que o tal «benefício» encerra em sim mesmo. Por entre promessas de «continuidade» e «estabilidade», Santana Lopes punha na alheta 99% do anterior executivo. Neste particular, tenho de admitir que JMF estava certo. Eu estava errado. Fui ingénuo em acreditar que as alterações seriam de pormenor, ou seja, que a maioria dos ministros e das equipas seriam recolocadas, até por uma questão de accountability.
Para que não me restassem dúvidas, de lá para cá assisti a um pouco de tudo: um dos mais lamentáveis e paupérrimos discursos de que há memória na ONU, pela mão de Santana Lopes; um ministro (Gomes da Silva) que faz questão de saltar de calinada em calinada sem que lhe calcem uns patins; uma comunicação ao país onde tudo estava errado, desde o estilo à pose, passando pelo gestos e pelo conteúdo redondo e populista da «prosperidade», ao invés do recato e do reconhecimento desassombrado do período de austeridade; Santana Lopes, de mão dada com Schröder, a dizer que o pacto de estabilidade tem de ser aligeirado, reformado, flexibilizado. Uma tristeza.
Abstenho-me de chamar à
O lamentável da situação prende-se com a gritante falta de rumo, com a notória falta de uma estratégia, de uma ideia abrangente e aglutinadora. Não me refiro, obviamente, à publicitação de promessas, ao anúncio de propósitos, nem sequer à laudatória proclamação da obra feita. As promessas eleitorais não significam nada. A retórica da «explicação» das políticas e das «medidas» aos papalvos é uma pantomina inconsequente, que os governos gostam de ensaiar para dar a sensação de que o eleitorado é importante e controla a «acção» governativa. “Words, words, words”, como diria Hamlet. Há gente a mais a falar neste governo. Ao excesso de justificação está a aliar-se o excesso de hesitação, de ziguezagues, de meias-tintas. Diz-se um dia uma coisa, para no outro dia dizer-se outra. Invoca-se o desastre do guterrismo, e nem sequer se repara que se anda a trilhar igual caminho. O défice vai inteirinho para a discrição, para a serenidade, para a sensatez, para a acção independente das sondagens e da vox populi.
O que está a faltar é a indicação tácita de um rumo e de uma estratégia por via de medidas concretas, de princípios orientadores irrepreensíveis, de exemplos que devem partir de cima. Sem folclore, sem barulho, sem paninhos quentes, sem hesitações, sem conversas de comadres.
O que está a acontecer remete-nos para uma incómoda e perniciosa sensação de que tudo e todos estão à deriva. De que cada um navega o seu barco, sem carta e sem pingo de instrumentação. E nem um farol se vislumbra para, no mínimo, evitar o desastre.
Quanto à alternativa Sócrates/Tó-Zé Seguro/José Magalhães? Não me lixem, está bem?
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