NA MINHA SCARLETT NINGUÉM TOCA
Reparo que a mãe de todas as questões continua a ser discutida: deverá a doce Scarlett despir a roupinha no próximo filme? Agora foi a vez da bombinha Charlie tocar no assunto, como só ela o sabe fazer. Junta-se assim à plêiade dos machos - constituída pelo Cruzes Canhoto, Terras do Nunca, Desesperada Esperança, Cibertúlia, Golpes de Vista e moi même – que, babados, discutem a possibilidade de ver a ninfeta como Deus a mandou ao mundo.
Escreve o Cruzes: “Mesmo a teoria do "quanto mais coberta mais misteriosa" não me convence. Afinal, isso torna as varinas da Nazaré com sete saias e meias de lã verdadeiras ejaculações ambulantes. E não consigo imaginar o JMF e o MacGuffin cheios de ardores perante catequistas de meia-idade com saias rodadas até aos tornozelos e pullovers XL.” Ora, Cruzes, entre a nudez e as “sete saias e meias de lã” vai uma distância sensivelmente igual à diferença entre a qualidade literária do Manuel Arouca e a do Philip Roth. E estou-me nas tintas para o facto da Scarlett Johansson ser uma actriz em que a sua função “é emprestar o corpo a personagens”, blá, blá, blá. Que se lixe essa objectividade. Na mais despida das épocas (olha aí, o Nelson outra vez…), i. e., na era das Britney Spears, das Cristinas Aguileras e de outras sirigaitas de mamócas ao leu e em pose recorrente de cio, já seria uma bênção se poupassem algumas das mais lindas mulheres do mundo (e Scarlett é-o, sem dúvida) ao sacrilégio que por aí as banaliza. Há lá coisa mais sensual do que as cenas da Scarlett ao piano no Barbeiro, sem que se chegue a ver pouco mais de 6.400 cm2 de pele (o equivalente a dois bracitos)?
Esta troca de ideias, fez-me lembrar o Disponível Para Amar, esse sublime filme de Wong Kar-Wai. Suponho que todos (à excepção do meu amigo maradona) o tenham visto. E suponho que todos sejam unânimes em afirmar que Disponível Para Amar é um filme tremendamente sensual, onde se assiste a uma dança constante de poses e silhuetas, em que a sugestão bate aos pontos a exposição. Toda a sensualidade que escorre, contida mas generosa, em cada cena é servida sem que, uma única vez, se vislumbre um corpo nu. Brindo a isso.
Acresce, ainda, um ponto: a minha Scarlett Johansson é, acima de tudo, a imagem que construí da Scarlett Johansson. Pouco me importa a Scarlett real e inatingível, i. e., a Scarlett provavelmente com alguma celulite, de anca larga e barriguinha excessivamente proeminente (sim porque, estou com Maria de Medeiros em Pulp Fiction: existe um nível de protuberância que é bem-vindo e desejável no que à tummy diz respeito) e com a boca a saber a papeis de música pela manhã. Provavelmente o encanto estilhaçar-se-ia. Ou não. Não sei, nem quero saber. E não, não tenho medo de mulheres nuas.
Reparo que a mãe de todas as questões continua a ser discutida: deverá a doce Scarlett despir a roupinha no próximo filme? Agora foi a vez da bombinha Charlie tocar no assunto, como só ela o sabe fazer. Junta-se assim à plêiade dos machos - constituída pelo Cruzes Canhoto, Terras do Nunca, Desesperada Esperança, Cibertúlia, Golpes de Vista e moi même – que, babados, discutem a possibilidade de ver a ninfeta como Deus a mandou ao mundo.
Escreve o Cruzes: “Mesmo a teoria do "quanto mais coberta mais misteriosa" não me convence. Afinal, isso torna as varinas da Nazaré com sete saias e meias de lã verdadeiras ejaculações ambulantes. E não consigo imaginar o JMF e o MacGuffin cheios de ardores perante catequistas de meia-idade com saias rodadas até aos tornozelos e pullovers XL.” Ora, Cruzes, entre a nudez e as “sete saias e meias de lã” vai uma distância sensivelmente igual à diferença entre a qualidade literária do Manuel Arouca e a do Philip Roth. E estou-me nas tintas para o facto da Scarlett Johansson ser uma actriz em que a sua função “é emprestar o corpo a personagens”, blá, blá, blá. Que se lixe essa objectividade. Na mais despida das épocas (olha aí, o Nelson outra vez…), i. e., na era das Britney Spears, das Cristinas Aguileras e de outras sirigaitas de mamócas ao leu e em pose recorrente de cio, já seria uma bênção se poupassem algumas das mais lindas mulheres do mundo (e Scarlett é-o, sem dúvida) ao sacrilégio que por aí as banaliza. Há lá coisa mais sensual do que as cenas da Scarlett ao piano no Barbeiro, sem que se chegue a ver pouco mais de 6.400 cm2 de pele (o equivalente a dois bracitos)?
Esta troca de ideias, fez-me lembrar o Disponível Para Amar, esse sublime filme de Wong Kar-Wai. Suponho que todos (à excepção do meu amigo maradona) o tenham visto. E suponho que todos sejam unânimes em afirmar que Disponível Para Amar é um filme tremendamente sensual, onde se assiste a uma dança constante de poses e silhuetas, em que a sugestão bate aos pontos a exposição. Toda a sensualidade que escorre, contida mas generosa, em cada cena é servida sem que, uma única vez, se vislumbre um corpo nu. Brindo a isso.
Acresce, ainda, um ponto: a minha Scarlett Johansson é, acima de tudo, a imagem que construí da Scarlett Johansson. Pouco me importa a Scarlett real e inatingível, i. e., a Scarlett provavelmente com alguma celulite, de anca larga e barriguinha excessivamente proeminente (sim porque, estou com Maria de Medeiros em Pulp Fiction: existe um nível de protuberância que é bem-vindo e desejável no que à tummy diz respeito) e com a boca a saber a papeis de música pela manhã. Provavelmente o encanto estilhaçar-se-ia. Ou não. Não sei, nem quero saber. E não, não tenho medo de mulheres nuas.
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