ASSIM SIM
Muito bom o ’post’ de Rui Tavares no Barnabé, sobre o anti-americanismo. Rui Tavares faz muito bem em reconhecer que o anti-americanismo e o anti-semitismo existem (quando há tanta gente à esquerda a dizer que são uma falsa questão).
Permitam-me fazer a ponte entre a sua posição e a posição de um blogger de direita (moi même):
1) Criticar a política externa norte-americana ou, pontualmente, o governo dos EUA não é, à partida, sinal de anti-americanismo;
2) O anti-americanismo e o anti-semitismo (hoje em dia costumam andar de mãos dadas) estão, também, como estiveram no passado, presentes numa certa direita (eu conheço uns quantos...). Parece-me, contudo, evidente que, hoje em dia, surgem sobretudo da esquerda. Quem hoje disfarça o seu anti-semitismo - considerando-se, somente, «anti-sionista», ou explicando que a sua crítica é, apenas, dirigida a Sharon - é, sobretudo, a esquerda. Negar isso é negar o óbvio ululante. É sobretudo na esquerda (embora também em certas franjas da direita) que ainda se fazem ouvir os ecos do “L’Angalis est-il un Juif?”, livro de Louis Martin escrito em 1895, onde os judeus eram descritos como parasitas, gananciosos, mercantilistas, diabolicamente inteligentes e prontos a tomar de assalto o mundo. Rui Tavares e a malta do Barnabé não deveriam cair na tentação de falar corporativamente em nome da esquerda. Falo por mim: a maioria dos meus amigos são de esquerda e, infelizmente, poucos poderiam subscrever o ‘post’ de Rui Tavares. Por isso, caro Rui Tavares, falar em tendências não será assim tão descabido. O seu a seu dono;
3) É verdade que, muitas vezes, a direita «empurra», de forma gratuita e pouco precisa, a malta da esquerda para o ghetto do “Anti-americanismo”. É um pouco equivalente à forma como a esquerda empurra a malta da direita para a prateleira do «neo-liberalismo» e do «capitalismo», tomados quase como palavrões. O problema reside aí: à falta de argumentação, recorre-se aos slogans, aos estereótipos e ao preconceito. Nesse campo, mais uma vez, certa esquerda é campeã…
(Assiste-se, muitas vezes, nestas amistosas e saudáveis contendas entre a esquerda e a direita, ao extremar de posições. Este facto inquina, também, a discussão. Volto a falar por mim: já por diversas vezes estiquei a corda como resposta ao esticar de corda do lado de lá. Há tempos, numa discussão que mantive com o Rui Tavares, afirmava eu que, no conflito israelo-palestiniano, sou “tendencial e assumidamente pró-Israel”. À falta de argumentos (que os tenho, felizmente) restar-me-ia este: seria pró-Israel como reacção à toada geral, à vaga de fundo, ao sentimento generalizado que tende a diabolizar os judeus e os Israelitas e a vitimizar os líderes e organizações palestinianas.)
4) O anti-americanismo, como forma de racismo, tem por base três pecados: ignorância histórica, maniqueísmo e autismo. O anti-americanismo, como emoção, substitui a capacidade de pensar. É também a face mais visível do cinismo e da irracionalidade de quem entende desculpar a imoralidade de muitos pela culpabilização do “usual suspect”. É o estupidificante e automático “Blame América First!”.
Muito bom o ’post’ de Rui Tavares no Barnabé, sobre o anti-americanismo. Rui Tavares faz muito bem em reconhecer que o anti-americanismo e o anti-semitismo existem (quando há tanta gente à esquerda a dizer que são uma falsa questão).
Permitam-me fazer a ponte entre a sua posição e a posição de um blogger de direita (moi même):
1) Criticar a política externa norte-americana ou, pontualmente, o governo dos EUA não é, à partida, sinal de anti-americanismo;
2) O anti-americanismo e o anti-semitismo (hoje em dia costumam andar de mãos dadas) estão, também, como estiveram no passado, presentes numa certa direita (eu conheço uns quantos...). Parece-me, contudo, evidente que, hoje em dia, surgem sobretudo da esquerda. Quem hoje disfarça o seu anti-semitismo - considerando-se, somente, «anti-sionista», ou explicando que a sua crítica é, apenas, dirigida a Sharon - é, sobretudo, a esquerda. Negar isso é negar o óbvio ululante. É sobretudo na esquerda (embora também em certas franjas da direita) que ainda se fazem ouvir os ecos do “L’Angalis est-il un Juif?”, livro de Louis Martin escrito em 1895, onde os judeus eram descritos como parasitas, gananciosos, mercantilistas, diabolicamente inteligentes e prontos a tomar de assalto o mundo. Rui Tavares e a malta do Barnabé não deveriam cair na tentação de falar corporativamente em nome da esquerda. Falo por mim: a maioria dos meus amigos são de esquerda e, infelizmente, poucos poderiam subscrever o ‘post’ de Rui Tavares. Por isso, caro Rui Tavares, falar em tendências não será assim tão descabido. O seu a seu dono;
3) É verdade que, muitas vezes, a direita «empurra», de forma gratuita e pouco precisa, a malta da esquerda para o ghetto do “Anti-americanismo”. É um pouco equivalente à forma como a esquerda empurra a malta da direita para a prateleira do «neo-liberalismo» e do «capitalismo», tomados quase como palavrões. O problema reside aí: à falta de argumentação, recorre-se aos slogans, aos estereótipos e ao preconceito. Nesse campo, mais uma vez, certa esquerda é campeã…
(Assiste-se, muitas vezes, nestas amistosas e saudáveis contendas entre a esquerda e a direita, ao extremar de posições. Este facto inquina, também, a discussão. Volto a falar por mim: já por diversas vezes estiquei a corda como resposta ao esticar de corda do lado de lá. Há tempos, numa discussão que mantive com o Rui Tavares, afirmava eu que, no conflito israelo-palestiniano, sou “tendencial e assumidamente pró-Israel”. À falta de argumentos (que os tenho, felizmente) restar-me-ia este: seria pró-Israel como reacção à toada geral, à vaga de fundo, ao sentimento generalizado que tende a diabolizar os judeus e os Israelitas e a vitimizar os líderes e organizações palestinianas.)
4) O anti-americanismo, como forma de racismo, tem por base três pecados: ignorância histórica, maniqueísmo e autismo. O anti-americanismo, como emoção, substitui a capacidade de pensar. É também a face mais visível do cinismo e da irracionalidade de quem entende desculpar a imoralidade de muitos pela culpabilização do “usual suspect”. É o estupidificante e automático “Blame América First!”.
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