O MEU MOMENTO “LUX”
ou Como Se Escreve Uma Feérica Notação Das Mil Apresentações e Reconhecimentos
Quarta-feira, 22 de Outubro de 2003. Munido de um convite recebido seis dias antes, deixei a minha querida terrinha por volta das 19:45 para assistir ao lançamento do livro O Meu Pipi, da autoria de um tipo chamado Anónimo. Como bom e casto provinciano, não estou habituado a estas andanças. À medida que deixava o ar puro alentejano e mergulhava na cortina bafienta de Lisboa e arredores, fui acometido de diversas arritmias e convulsões. Às 21:15, ao passar pela primeira vez junto à porta do local do evento (já lá iremos), tive, pela primeira vez, a noção clara de que o nível de nervosismo que se tinha apoderado de mim, começava a ser detectável numa escala de Richter. Como diria o Pipi, coisa de ‘roto’. Mas quem fala a verdade não merece castigo.
Primeiro embate da noite: o excelentíssimo Royal Maxime. Eis um estabelecimento nocturno a que serve que nem uma luva o epíteto démode de 'boîte'. Todas as boîtes deveriam ser assim: veludo carmim em abundância, alcatifas gastas, barmen com cara de poucos amigos, nichos acolhedores a cheirar a mofo, candelabros e talhas douradas um pouco por todo o lado, empregadas de mesa a entrarem na fase da recauchutagem, gin da marca Larios. Nada de decorações pós-modernas, mobiliário de assinatura, bebidas de marca (Absolut’s e coisas do género) ou a acidental manequim a servir-nos uma bebida minimamente decente. Uma casa destas tem um estatuto a preservar.
Uma vez lá dentro, pensei: acalma-te Mac, com um pouquinho de sorte passas incógnito. Este reconfortante e ingénuo pensamento durou sensivelmente cinco minutos, o tempo suficiente para ser reconhecido pela primeira cara simpática da noite. Abordou-me com uma pergunta fulminante: “Contra a Corrente, não é?” Ainda pensei em fugir ou esgrimir umas palavras em russo. Não fui suficientemente rápido a estancar a veia da sinceridade. O rapaz, de quem eu não me recordo o nome (ele, certamente, perdoar-me-á) era o autor do imprescindível Picuinhices (um dos blogues que mais aprecio). Disse-lhe que sim, que era eu. Como pessoa educada, apresentou-me a vários membros dessa organização ao serviço de interesses obscuros, que dá pelo nome de União dos Blogues Livres (da qual faço parte). Em boa verdade, a coisa foi de tal forma rápida que fiquei sem saber quem era quem, à excepção do Miguel Câmara, a quem disse “tu és mais novo do que eu pensava” - observação assaz estúpida vinda de quem tem igualmente uma eterna cara de puto (facto confirmado pela Clara).
Ultrapassado o segundo embate, controlada a incontinência e graças, ainda, ao caro Picuinhas, conheci o Pedro Mexia, o Pedro Lomba e reencontrei essa jóia de pessoa que dá pelo nome de Nuno Miguel Guedes (que tinha conhecido este Verão, em Évora). E foi então que surgiu o grande momento da noite. Pelo menos o que mais aguardava. O livro? A identidade do Pipi? Não. O facto de estar prestes a conhecer a Charlotte. Confirmei, finalmente, o que se dizia por aí, à socapa: a Carla é linda. Linda mesmo: por dentro e por fora. Uma daquelas pessoas que irradia simpatia e afinidades por onde quer que passa. Ainda não refeito, tive o prazer de apertar a mão ao grande Carlos Quevedo, que me perguntou, envergando um fácies de quem está a sofrer pelo outro: “Estás a pensar continuar a viver em Évora o resto da tua vida?”. Como diria o Francisco, só os primeiros quinze anos é que custam…
Conheci, também, o impagável e impecável Ricardo de Araújo Pereira (tive pena de não ter abordado o Zé Diogo); reencontrei o meu mano maradona; conheci outro dos míticos pastilhentos: o Hugo/Hank (outro gajo porreiríssimo); roubei um beijo à Papoila e à Iccima. Finalmente, enquanto o Rui Unas lia excertos do livro, tive tempo para dar um autografo a um tipo particularmente suspeito (obviamente, falsifiquei a assinatura).
Quanto ao livro... qual livro?
PS: descobri quem é o Pipi. Era o único que não tinha o badge.
PPS: comprem o livro.
ou Como Se Escreve Uma Feérica Notação Das Mil Apresentações e Reconhecimentos
Quarta-feira, 22 de Outubro de 2003. Munido de um convite recebido seis dias antes, deixei a minha querida terrinha por volta das 19:45 para assistir ao lançamento do livro O Meu Pipi, da autoria de um tipo chamado Anónimo. Como bom e casto provinciano, não estou habituado a estas andanças. À medida que deixava o ar puro alentejano e mergulhava na cortina bafienta de Lisboa e arredores, fui acometido de diversas arritmias e convulsões. Às 21:15, ao passar pela primeira vez junto à porta do local do evento (já lá iremos), tive, pela primeira vez, a noção clara de que o nível de nervosismo que se tinha apoderado de mim, começava a ser detectável numa escala de Richter. Como diria o Pipi, coisa de ‘roto’. Mas quem fala a verdade não merece castigo.
Primeiro embate da noite: o excelentíssimo Royal Maxime. Eis um estabelecimento nocturno a que serve que nem uma luva o epíteto démode de 'boîte'. Todas as boîtes deveriam ser assim: veludo carmim em abundância, alcatifas gastas, barmen com cara de poucos amigos, nichos acolhedores a cheirar a mofo, candelabros e talhas douradas um pouco por todo o lado, empregadas de mesa a entrarem na fase da recauchutagem, gin da marca Larios. Nada de decorações pós-modernas, mobiliário de assinatura, bebidas de marca (Absolut’s e coisas do género) ou a acidental manequim a servir-nos uma bebida minimamente decente. Uma casa destas tem um estatuto a preservar.
Uma vez lá dentro, pensei: acalma-te Mac, com um pouquinho de sorte passas incógnito. Este reconfortante e ingénuo pensamento durou sensivelmente cinco minutos, o tempo suficiente para ser reconhecido pela primeira cara simpática da noite. Abordou-me com uma pergunta fulminante: “Contra a Corrente, não é?” Ainda pensei em fugir ou esgrimir umas palavras em russo. Não fui suficientemente rápido a estancar a veia da sinceridade. O rapaz, de quem eu não me recordo o nome (ele, certamente, perdoar-me-á) era o autor do imprescindível Picuinhices (um dos blogues que mais aprecio). Disse-lhe que sim, que era eu. Como pessoa educada, apresentou-me a vários membros dessa organização ao serviço de interesses obscuros, que dá pelo nome de União dos Blogues Livres (da qual faço parte). Em boa verdade, a coisa foi de tal forma rápida que fiquei sem saber quem era quem, à excepção do Miguel Câmara, a quem disse “tu és mais novo do que eu pensava” - observação assaz estúpida vinda de quem tem igualmente uma eterna cara de puto (facto confirmado pela Clara).
Ultrapassado o segundo embate, controlada a incontinência e graças, ainda, ao caro Picuinhas, conheci o Pedro Mexia, o Pedro Lomba e reencontrei essa jóia de pessoa que dá pelo nome de Nuno Miguel Guedes (que tinha conhecido este Verão, em Évora). E foi então que surgiu o grande momento da noite. Pelo menos o que mais aguardava. O livro? A identidade do Pipi? Não. O facto de estar prestes a conhecer a Charlotte. Confirmei, finalmente, o que se dizia por aí, à socapa: a Carla é linda. Linda mesmo: por dentro e por fora. Uma daquelas pessoas que irradia simpatia e afinidades por onde quer que passa. Ainda não refeito, tive o prazer de apertar a mão ao grande Carlos Quevedo, que me perguntou, envergando um fácies de quem está a sofrer pelo outro: “Estás a pensar continuar a viver em Évora o resto da tua vida?”. Como diria o Francisco, só os primeiros quinze anos é que custam…
Conheci, também, o impagável e impecável Ricardo de Araújo Pereira (tive pena de não ter abordado o Zé Diogo); reencontrei o meu mano maradona; conheci outro dos míticos pastilhentos: o Hugo/Hank (outro gajo porreiríssimo); roubei um beijo à Papoila e à Iccima. Finalmente, enquanto o Rui Unas lia excertos do livro, tive tempo para dar um autografo a um tipo particularmente suspeito (obviamente, falsifiquei a assinatura).
Quanto ao livro... qual livro?
PS: descobri quem é o Pipi. Era o único que não tinha o badge.
PPS: comprem o livro.
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