Um post à Alfaiate Lisboeta*
(* sem esquecer o original)
Há uma peça de vestuário que marca presença no meu guarda-fato desde que me lembro de ser gente: uma canadiana. Em inglês: duffle coat (consta que a origem deste sobretudo de ¾ se encontra na cidade de Duffel, Bélgica).
A canadiana, que começou a ser mais difundida no início do século XX, quando a British Royal Navy a adoptou como casaco oficial, caracteriza-se pela ausência de forro ou enchimento (as suas qualidades térmicas dependem unicamente de um tecido grosso de pura lã), por um capuz sobredimensionado (na verdade, permite sobrepor-se a um chapéu ou a um capacete), por bolsos laterais grandes (com ou sem pala) e, finalmente, por um sistema de abotoamento muito ‘sui generis’: o botão é um pedaço oblongo de madeira ou, originalmente, de marfim de morsa ou corno, que se prende num laço de cabedal ou corda. Estas características tornam a canadiana uma peça de vestuário a meio caminho entre o classicismo excêntrico de uma época e de um ambiente já perdidos (com as suas idiossincrasias inexplicáveis nos dias de hoje), e o tipo de modernidade que se alimenta da reinvenção do passado (no caso da canadiana, desenganem-se: prevalece uma assinalável linha de continuidade).
Seja como for, a canadiana foi, é e continuará a ser o meu casaco preferido. Tomem a devida nota, que estas coisas são importantes. E não têm que agradecer.
Há uma peça de vestuário que marca presença no meu guarda-fato desde que me lembro de ser gente: uma canadiana. Em inglês: duffle coat (consta que a origem deste sobretudo de ¾ se encontra na cidade de Duffel, Bélgica).
A canadiana, que começou a ser mais difundida no início do século XX, quando a British Royal Navy a adoptou como casaco oficial, caracteriza-se pela ausência de forro ou enchimento (as suas qualidades térmicas dependem unicamente de um tecido grosso de pura lã), por um capuz sobredimensionado (na verdade, permite sobrepor-se a um chapéu ou a um capacete), por bolsos laterais grandes (com ou sem pala) e, finalmente, por um sistema de abotoamento muito ‘sui generis’: o botão é um pedaço oblongo de madeira ou, originalmente, de marfim de morsa ou corno, que se prende num laço de cabedal ou corda. Estas características tornam a canadiana uma peça de vestuário a meio caminho entre o classicismo excêntrico de uma época e de um ambiente já perdidos (com as suas idiossincrasias inexplicáveis nos dias de hoje), e o tipo de modernidade que se alimenta da reinvenção do passado (no caso da canadiana, desenganem-se: prevalece uma assinalável linha de continuidade).
Seja como for, a canadiana foi, é e continuará a ser o meu casaco preferido. Tomem a devida nota, que estas coisas são importantes. E não têm que agradecer.
1 Comentários:
tao giro! acho que isso é coisa de alentejano, n? a versão chique da samarra, sem pêlo :)
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