O FIM DO INTERREGNO?
Há vida para além da blogosfera? Parece que sim.
Por razões óbvias (trabalho, família, livros, George Steiner, Gertrude Anscombe), o interregno de cinco dias serviu, também, para pôr em prática uma experiência que me propus realizar vai para mais de um mês, pensada no preciso momento em que fingia ouvir um gajo qualquer num qualquer bar de Évora sobre um assunto que agora me escapa (não querendo especular, embora a então alegre coabitação de uma garrafita de Cartuxa com três copitos de Jameson me obriguem, agora, a fazê-lo, a coisa andaria à volta dos propósitos políticos de Hegel, nomeadamente se tinham sido pró-conservadores ou mais para o liberal), que passava (a experiência) por, de um dia para o outro, deixar de escrever sem dar cavaco a ninguém.
Finda a dita e dolorosa observação, estou em condições de comunicar duas coisas: 1.ª) a filosofia política de Hegel continha elementos pró-liberais e pró-conservadores, que pelo sentido e forma ainda hoje ajudam a baralhar catalogações e categorias; 2.ª) na paróquia (leia-se "blogosfera"), um gajo pode deixar de escrever durante cinco longos dias que terá duas coisas como certas: 2.1) ninguém se dignará a perguntar o que quer que seja; 2.2) o mundo continuará, indiferente à produtividade do blogue. Ou seja, um tipo pode estar a morrer de uma unha encravada ou de uma inflamação na apófise mastóide, que ninguém – nomeadamente os «queridos» leitores e amigos - se importará. Como se ouve na SIC Notícias, Toda a Verdade é esta: à excepção de uma grande senhora – à qual respondi, armado em pedante, andar muito ocupado com o George Steiner e tal – ninguém se dignou a escrever um mailzito. Umzinho. É certo que o post que imediatamente antecede o presente, era objectivamente indigente. Falava de «traques» (nem todos têm a possibilidade de arranjar um salvífico best of's para não fazer puto). Mas, caramba!: pois que fossem todos assim (salvo seja)! Que é feito do humanismo, da preocupação, do interesse pelo próximo, do multiculturalismo (eu que tenho uma tia de ascendência maubere)? Volto a dar razão ao Mencken (nunca, aliás, lha tirei): vós, queridos leitores, sois cruéis, distantes, cold hearted, indiferentes às minudências alheias.
Perante isto - a que acresce a importante e estranha circunstância de ter passado a figurar na galeria das "Criaturas Hipersensíveis e Melindráveis", por conta de certas e determinadas individualidades (esta e esta) - não me resta outra opção: continuar. Acabrunhado, sensibilizado, mas continuar. De cabeça erguida como a selecção e aquela equipa de futebol que é treinada por um tipo chamado Peseiro. Só não contem comigo para mais nada.
Por razões óbvias (trabalho, família, livros, George Steiner, Gertrude Anscombe), o interregno de cinco dias serviu, também, para pôr em prática uma experiência que me propus realizar vai para mais de um mês, pensada no preciso momento em que fingia ouvir um gajo qualquer num qualquer bar de Évora sobre um assunto que agora me escapa (não querendo especular, embora a então alegre coabitação de uma garrafita de Cartuxa com três copitos de Jameson me obriguem, agora, a fazê-lo, a coisa andaria à volta dos propósitos políticos de Hegel, nomeadamente se tinham sido pró-conservadores ou mais para o liberal), que passava (a experiência) por, de um dia para o outro, deixar de escrever sem dar cavaco a ninguém.
Finda a dita e dolorosa observação, estou em condições de comunicar duas coisas: 1.ª) a filosofia política de Hegel continha elementos pró-liberais e pró-conservadores, que pelo sentido e forma ainda hoje ajudam a baralhar catalogações e categorias; 2.ª) na paróquia (leia-se "blogosfera"), um gajo pode deixar de escrever durante cinco longos dias que terá duas coisas como certas: 2.1) ninguém se dignará a perguntar o que quer que seja; 2.2) o mundo continuará, indiferente à produtividade do blogue. Ou seja, um tipo pode estar a morrer de uma unha encravada ou de uma inflamação na apófise mastóide, que ninguém – nomeadamente os «queridos» leitores e amigos - se importará. Como se ouve na SIC Notícias, Toda a Verdade é esta: à excepção de uma grande senhora – à qual respondi, armado em pedante, andar muito ocupado com o George Steiner e tal – ninguém se dignou a escrever um mailzito. Umzinho. É certo que o post que imediatamente antecede o presente, era objectivamente indigente. Falava de «traques» (nem todos têm a possibilidade de arranjar um salvífico best of's para não fazer puto). Mas, caramba!: pois que fossem todos assim (salvo seja)! Que é feito do humanismo, da preocupação, do interesse pelo próximo, do multiculturalismo (eu que tenho uma tia de ascendência maubere)? Volto a dar razão ao Mencken (nunca, aliás, lha tirei): vós, queridos leitores, sois cruéis, distantes, cold hearted, indiferentes às minudências alheias.
Perante isto - a que acresce a importante e estranha circunstância de ter passado a figurar na galeria das "Criaturas Hipersensíveis e Melindráveis", por conta de certas e determinadas individualidades (esta e esta) - não me resta outra opção: continuar. Acabrunhado, sensibilizado, mas continuar. De cabeça erguida como a selecção e aquela equipa de futebol que é treinada por um tipo chamado Peseiro. Só não contem comigo para mais nada.
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