O MacGuffin: dezembro 2009

quarta-feira, dezembro 23, 2009

sexta-feira, dezembro 18, 2009

Em alternativa

Choque de titãs

domingo, dezembro 13, 2009

Rádio Televisão Propaganda

É absolutamente obscena a forma como a RTP se presta a servicinhos de «humanização» de gente a contas com a justiça. A entrevista de Judite Sousa a Armando Vara, seguida do comentário do pró-socrático João Marcelino (começa também a ser obsceno o desvio míope do director do Diário de Notícias, sempre para o mesmo lado), é mais um sinal do quão enferma se encontra a televisão pública em Portugal. Para além de financeiramente mal gerida, a RTP anda há décadas à deriva: sem tino ou vocação, o único serviço que se lhe reconhece é o serviço prestado à «situação».

O episódio Dias Loureiro parece não ter sido procedente. Nenhuma das cabecinhas que chefiam ou dirigem a informação na RTP percebeu que há circos que não só fedem como lançam a confusão (provavelmente serão pagos para assobiar para o lado). Entrevistar um arguido daquela forma não é só imprudente: é um exercício absolutamente inconsequente e forçosamente estúpido. Viu-se, aliás, como Armando Vara se escudou no estatuto de arguido ou na figura do segredo de justiça (estatuto e figura invocadas conforme as conveniências) para não responder ao que lhe era incómodo, à medida que ia tecendo, ao seu ritmo e com particular gozo, as vestes de «vitima» de um «sistema» que serve «outros interesses» que não os conducentes à Verdade.

A RTP é, hoje em dia, no que respeita à informação, um lugar pouco recomendável. Ou melhor: bastante recomendável para quem queira observar ou estudar a influência e a omnipresença do poder executivo sobre um meio de comunicação social que tutela. Nada é deixado ao acaso. Nunca se viu tanto enviesamento e manipulação.

sábado, dezembro 12, 2009

O meu herói

Façam o favor de

Bom fim-de-semana

Bom fim-de-semana


terça-feira, dezembro 08, 2009

Começar mal

Sentámo-nos. Pedimos a carta. Tratava-se do Sushi Bar de um hotel, em Évora. A carta era tão diversificada quanto o cabelo do Mário Almeida. A opção «um pouco de tudo» revelava-se minimalista. Chama-se o empregado. Conversa do empregado: “Já conhecem o nosso Sushi Bar?”. “Não, é a primeira vez”. “Informo que já houve quem nos comparasse com o Aya, em Lisboa”. Mais sorriso plástico. Mais silêncio confrangedor.

Eh pá, não dá.

segunda-feira, dezembro 07, 2009

O grau menos que zero da política portuguesa

A expressão «espionagem política» - expressão querida ao Partido Socialista, que o mesmo tratou de repescar do tempo em que, por causa de um processo de pedofilia (de há trezentos anos atrás), também se achou alvo de graves urdiduras, mandando então às malvas qualquer pingo de respeito pelo sistema judicial português -, esta expressão, dizia, foi reciclada e relançada pelo ministro da Economia do governo da República (estranha relação esta, entre a pasta e a matéria das declarações). Alegadamente, segundo o ministro, alguém aproveitou uma investigação sobre um caso «menor» de corrupção (a corrupção em Portugal está de tal forma banalizada e enraizada nos costumes que não passa disso mesmo: de um redondo vocábul0) para «espionar» o primeiro-ministro a coberto dessa mesma investigação, fazendo, a posterior, uso indevido (leia-se «político») das conversas.

Daqui se depreende, de forma simples e sem margem para dúvidas, que um ministro deste país acredita, está convicto e supostamente terá provas (um ministro não falaria de ânimo leve destas matérias) de que o Ministério Público e o juiz de instrução pactuaram num caso de «espionagem política», provavelmente envolvidos com membros de outras forças políticas, contrárias ao governo.

Na prática, chegámos até aqui: um ministro deste país, secundado pelo partido do governo, contribuiu activa e deliberadamente para engrossar a lama em que está envolvido o sistema de justiça português, lançando suspeitas gravíssimas sobre investigadores, magistrados, políticos, etc. E ninguém pareceu importar-se e os que se importaram cairam no caldeirão mesquinho da «disputa política» ou, claro está, da «maledicência).

Não contente com a expressão «espionagem política» (fraquita, de facto, assim isolada, vaga, quase obscura), tratou-se, a semana passada, de ligar um partido e um líder ao PUEC -Processo de Urdidura em Curso: o PSD e a Dra. Manuela Ferreira Leite. Como? Simples: quando a Dra. Manuela Ferreira Leite andou, em plena campanha eleitoral, a dizer que o Sr. Eng. José Sócrates tinha mentido ao país por causa do caso TVI, ela já dispunha, certamente, de cópia, em Dolby Surround, das conversetas do Sr. Eng. Sócrates, ao telefone com amigos. Só assim se compreendem as «certezas» da Dra. Manuela.

Deixemos de parte aquela que será uma das mais descaradas e burlescas confissões de culpa de um primeiro-ministro (“é mentira, é, mas como é que vocês souberam disso, hã?!?!”). Lembremo-nos apenas da notícia de 27 de Junho de 2009, do semanário Expresso:

Governo já conhecia negócio PT/TVI desde o início do ano


O Governo acompanhou todo o processo de venda de parte da Media Capital(dona da TVI) pelos espanhóis da Prisa. Desde Janeiro que a hipótese de a PT entrar na empresa era defendida pelo Executivo de Sócrates, podendo ser feita directamente ou via Espanha, onde a Prisa pode sofrer uma recomposição accionista. Sócrates e Zapatero estiveram sempre a par.


Estará o Expresso envolvido na urdidura? Esperam-se, para breve, declarações nesse sentido do Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares e do líder da bancada do PS. Na defesa de um santo, todos são poucos.

Mistério

Onde estão aqueles que invocaram o «interesse público» como justificação absoluta e nobre para a violação de correspondência privada entre dois jornalistas do Público, sobre matéria «grave», e agora nada dizem sobre o «interesse público» de se conhecerem as razões que levaram dois juízes deste país a extraírem certidões por considerarem haver matéria «criminalmente relevante» nas conversas telefónicas entre o Sr. Armando Vara e o Primeiro-Ministro de Portugal?
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